Conciliação Trabalho-Família na Profissão Médica: Um Estudo Exploratório

Introdução: Este estudo propôs-se caraterizar e avaliar a conciliação trabalho-família na profissão médica em Portugal. Material e Métodos: Este é um estudo observacional, transversal e exploratório de uma amostra de 181 médicos sócios da Associação dos Médicos Católicos Portugueses. Foi aplicado u...

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Bibliographic Details
Main Authors: Pedro Afonso, Olga Vaz Aleixo, Rute Vaz Aleixo, Diogo J. F. de Carvalho, José Augusto Simões
Format: Article
Language:English
Published: Ordem dos Médicos 2019-11-01
Series:Acta Médica Portuguesa
Subjects:
Online Access:https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/11997
Description
Summary:Introdução: Este estudo propôs-se caraterizar e avaliar a conciliação trabalho-família na profissão médica em Portugal. Material e Métodos: Este é um estudo observacional, transversal e exploratório de uma amostra de 181 médicos sócios da Associação dos Médicos Católicos Portugueses. Foi aplicado um questionário de resposta múltipla e valoração qualitativa, por forma a avaliar caraterísticas socioeconómicas, laborais e a conciliação trabalho-família. Foram realizadas análises descritiva e de regressão linear. Resultados: Cerca de 40% dos médicos inquiridos avaliam negativamente a conciliação trabalho-família no sector privado. Já para o Serviço Nacional de Saúde, são 73% os médicos inquiridos que avaliam negativamente a conciliação trabalho-família no sector público. Verificou-se que mais de metade dos inquiridos (56%) tinha uma carga horária superior à que considera danosa à sua conciliação trabalho-família, sendo que a grande maioria trabalhava no limite ou em excesso de carga horária. Os dados obtidos permitiram associar maior carga horária com fazer urgências, com a idade e ser do sexo masculino. Foi ainda observado que maior carga horária não está associada a ter filhos ou ser casado. Discussão: No nosso estudo, as três medidas de conciliação trabalho-família que os participantes consideraram ser as mais importantes foram a possibilidade de flexibilizar o horário, trabalhar a tempo parcial e reduzir temporariamente o horário de trabalho (por exemplo, devido a assistência à família). Estes aspetos poderão explicar as diferenças encontradas na avaliação da conciliação trabalho-família entre o sector público e o sector privado. Conclusão: A profissão médica pelas suas características de exigência coloca os médicos numa situação particular de risco para alcançarem uma adequada conciliação trabalho-família. Os resultados do nosso estudo apontam para uma insatisfação dessa conciliação, sendo que essa insatisfação é mais marcada no sector público, tendencialmente associada ao excesso de carga horária semanal.
ISSN:0870-399X
1646-0758