Será a semelhança das maçãs vermelhas uma entidade adicional às maçãs?

O meu objetivo com este artigo é examinar algumas respostas ao desafio levantado por Bertrand Russell ao nominalismo de semelhanças. O desafio consiste na alegação de que o nominalismo de semelhanças não pode explicar a relação de semelhança entre particulares sem postular um universal de semelhanç...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Domingos Faria
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Ceará 2013-07-01
Series:Argumentos
Subjects:
Online Access:http://periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/19034
Description
Summary:O meu objetivo com este artigo é examinar algumas respostas ao desafio levantado por Bertrand Russell ao nominalismo de semelhanças. O desafio consiste na alegação de que o nominalismo de semelhanças não pode explicar a relação de semelhança entre particulares sem postular um universal de semelhança e se insistir em evitar postular uma tal entidade adicional, então cairá numa regressão viciosa ao infinito. As tentativas de replicar ao desafio são, por um lado, defender que a regressão ao infinito não é viciosa e, por outro lado, advogar que nem sequer existe regressão ao infinito – assim, o nominalista de semelhanças continuaria justificado em não postular uma entidade adicional além dos particulares. Porém, estas duas respostas ao desafio, concretamente nas versões de Armstrong (1989) e de Rodriguez-Pereyra (2002), não me parecem plausíveis e, por isso, estou intuitivamente inclinado a aceitar a argumentação de Russell, exceto no passo em que defende que se aceitamos um universal de semelhança, não teríamos justificações para não aceitar os restantes universais. Penso que temos razões para ficar apenas com um universal de semelhança (sobretudo por motivos de economia ontológica). Mas antes de apresentar o desafio de Russell e de examinar as respostas, é pertinente começar com uma contextualização do problema dos universais.
ISSN:1984-4247
1984-4255