ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS DIAGNÓSTICOS DE MIELOMA MÚLTIPLO NO BRASIL NO PERÍODO 2013-2022

Objetivo: O mieloma múltiplo é o segundo tumor hematológico mais prevalente no Brasil e no mundo, sendo, assim, um problema de saúde pública que merece maior enfoque. Esse trabalho busca descrever a epidemiologia de tais enfermidades no país e suas respectivas distribuições por sexo, faixa etária, e...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: LAV Oliveira, AA Morais, ARP Damasceno, SGS Bezerra
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923009768
Description
Summary:Objetivo: O mieloma múltiplo é o segundo tumor hematológico mais prevalente no Brasil e no mundo, sendo, assim, um problema de saúde pública que merece maior enfoque. Esse trabalho busca descrever a epidemiologia de tais enfermidades no país e suas respectivas distribuições por sexo, faixa etária, entre as unidades federativas da região e as modalidades terapêuticas adotadas, entre os anos de 2013 e 2022. Material e estudo: Efetuou-se um estudo descritivo transversal acerca dos diagnósticos de mieloma no país entre 2013 e 2022. A obtenção de dados ocorreu por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Foram filtradas e combinadas as informações: sexo, faixa etária, região do diagnóstico, unidade federativa do diagnóstico e modalidade terapêutica. Resultados: Entre 2013 e 2022, foram reportados 30.843 diagnósticos de mieloma múltiplo no Brasil, sendo a região sudeste aquela com o maior número absoluto de casos (14.927), representando 48,39% do total de casos. O estado com maior número absoluto de casos foi São Paulo (7.806), representando 25,3% dos diagnósticos dessa patologia no país. Em relação ao sexo, os homens receberam maior número de diagnósticos: 16.233 (52,63%), em relação a 14.610 mulheres (47,36%). Em relação à faixa etária, o intervalo com maior concentração de diagnósticos foi entre 65 e 69 anos, com 5.145 diagnósticos (16,68%). Interessante pontuar que a população geriátrica correspondeu ao maior grupo epidemiológico da doença. Indivíduos com idade maior ou igual a 60 anos correspondem a 19.449 diagnósticos (63.05%). Quanto às modalidades terapêuticas, a quimioterapia foi a mais adotada, com 24.150 tratamentos realizados (78,29%), seguido de radioterapia, com 2.757 tratamentos realizados (8,93%). Importante salientar que em 3.811 casos não temos informações sobre o tratamento (12,35%). Discussão: É inevitável não associar o envelhecimento da população brasileira com a epidemiologia do mieloma múltiplo. Em 2013, foram efetuados 2.449 diagnósticos da doença, enquanto em 2022 foram efetuados 4.480. Isso confere um aumento de 89,93% de novos casos no período. Esse aumento nos remete à maior necessidade das autoridades públicas no investimento em políticas voltadas tanto à população idosa quanto ao diagnóstico precoce e à maior acessibilidade do tratamento mais utilizado (quimioterapia) aos pacientes com tal enfermidade. Além disso, os idosos correspondem a mais da metade dos indivíduos afetados, o que necessita de maior atenção às políticas de saúde, devido à negligência histórica que essa população sobre, assim como a transição demográfica em curso na nação e as peculiaridades fisiológicas que tal grupo etária apresenta. Conclusões: O período analisado evidenciou 30.843 diagnósticos de mieloma múltiplo, sendo a região sudeste aquela com maior concentração de casos, em números absolutos, com 14.927 diagnósticos, representando 48,39% do total nesse período. A faixa etária com maior número de diagnósticos foi entre 65 e 69 anos, com 5.145 diagnósticos (16,68%). Além disso, a população idosa, de maneira geral, é a mais acometida pela doença, representando 63.05% do número de diagnósticos no país entre 2013 e 2022. Portanto, é necessário maior enfoque e investimento de políticas públicas para o diagnóstico precoce e tratamento do mieloma múltiplo, pois a população geriátrica é a mais afetada pela doença, em um contexto de envelhecimento demográfico e aumento da expectativa de vida no Brasil.
ISSN:2531-1379