As folhas de videiras das Evas da Ilha de Marajó e a (des)construção de narrativas arqueológicas

A teoria queer tem possibilitado uma auto-reflexão à Arqueologia sobre a maneira como constrói a sua definição sobre o “outro” do passado a partir do espelhamento de valores e conceitos hegêmonicos. Diante disto, interpretações cisheteronormativas sobre as sociedades pretéritas têm sido questionadas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Emerson Nobre da Silva
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Campinas 2019-07-01
Series:Revista Arqueologia Pública
Subjects:
Online Access:https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rap/article/view/8654806
Description
Summary:A teoria queer tem possibilitado uma auto-reflexão à Arqueologia sobre a maneira como constrói a sua definição sobre o “outro” do passado a partir do espelhamento de valores e conceitos hegêmonicos. Diante disto, interpretações cisheteronormativas sobre as sociedades pretéritas têm sido questionadas, visando construir maneiras alternativas de representar o passado, sobretudo, no que diz respeito a gênero e sexualidade. Interpretações arqueológicas têm sugerido, desde a segunda metade do século XIX, que as tangas de cerâmica da fase marajoara eram usadas exclusivamente por mulheres e isto tem sido reproduzido até os dias de hoje. Este artigo revisita, a partir da crítica da Arqueologia Queer, a bibliografia referente às tangas cerâmicas com o intuito de compreender como esta ideia foi formatada, visando também confrontar os dados contextuais disponíveis.
ISSN:2237-8294