Aspectos clinicos da neurocisticercose: análise de 500 casos

Analisamos as manifestações clínicas, os exames complementares e a evolução de 500 pacientes com neurocisticercose, atendidos pela Disciplina de Neurologia do Departamento de Neuropisiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no período de 1956 a 1979. Este material, n...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Osvaldo M. Takayanagui, Edymar Jardim
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Neurologia (ABNEURO) 1983-03-01
Series:Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1983000100004&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Analisamos as manifestações clínicas, os exames complementares e a evolução de 500 pacientes com neurocisticercose, atendidos pela Disciplina de Neurologia do Departamento de Neuropisiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no período de 1956 a 1979. Este material, no contexto da literatura consultada, constituiu-se na maior casuística clínica até agora apresentada. A neurocisticercose é grave endemia em nossa região, representando 2,7% dos atendimentos efetuados pela Disciplina de Neurologia e 7,5% das internações hospitalares. As formas clínicas mais comuns foram a epiléptica (64,8%), a de hipertensão intracraniana (35,6%) e a meningítica (29%). Na radiografia simples do crânio evidenciou-se a presença de calcificações intracranianas com morfologia sugestiva de cisticercos em 47,6%. O exame do LCR apresentou anormalidades em 81,3%: hipercitose em 60,9%, hiperproteinorraquia em 49,1% e hipertensão em 29%. A eosinofilorraquia ocorreu em 41,9%. A positividade na reação de Weinberg esteve presente em 62,6%. A terapêutica da neurocisticercose é fundamentalmente sintomática. Discutimos o valor dos diferentes medicamentos e do tratamento cirúrgico na neurocisticercose, chegando à conclusão de que nenhum deles é eficaz a longo prazo. Enquanto as pesquisas não revelarem drogas realmente eficientes, somente a educação sanitária poderá controlar esta endemia, que atinge entre nós, tão sombrias perspectivas.
ISSN:1678-4227