As religiões dos brasileiros

Há dois movimentos simultâneos no campo religioso brasileiro: um primeiro de distinção, multiplicação e rupturas; um segundo de relativa homogeneização.  No campo cristão, o fenômeno mais visível é o da entrada maciça dos pentecostais, não só na arena religiosa em geral, mas nos seus pontos de alta...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pierre Sanchis
Format: Article
Language:English
Published: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 2009-05-01
Series:Horizonte
Subjects:
Online Access:http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/412
Description
Summary:Há dois movimentos simultâneos no campo religioso brasileiro: um primeiro de distinção, multiplicação e rupturas; um segundo de relativa homogeneização.  No campo cristão, o fenômeno mais visível é o da entrada maciça dos pentecostais, não só na arena religiosa em geral, mas nos seus pontos de alta visibilidade, especialmente populares. O significado da preferência dos pobres e do aparente trânsito do catolicismo ao pentecostalismo tende a representar o trânsito entre duas culturas: a tradicional católica afro-brasileira, e a cultura moderna de escolha individual.  A Nova Era, por exemplo, representa ao mesmo tempo a contudente negação de uma modernidade individualista, racional e dessacralizadora, a tentativa de recapitular, no que tem de global, espiritual, carnal e cósmico, o caminhar do homem para uma completude nunca atingida, porque nunca concluída.  Assim, o meio religioso brasileiro, sobretudo popular, mas não exclusivamente, vive num certo clima espiritualista que parece compartilhado por várias mentalidades no Brasil. Pode-se então levantar a seguinte questão: como escapar, neste nosso olhar sobre as religiões dos brasileiros, de uma visão tão linearmente evolucionista, positivista na sua concepção, repressiva na sua política?
ISSN:2175-5841