Anestesia para correção intra-útero de mielomeningocele: relato de caso Anestesia para corrección intra-útero de mielomeningocele: relato de caso Anesthesia for intrauterine myelomeningocele correction: case report
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A cirurgia fetal constitui tratamento de malformações no período pré-natal, que não são adequadamente corrigidas após o nascimento e tem como objetivo tratar ou evitar a progressão das anomalias. O objetivo deste relato é apresentar um caso de anestesia para correção intra...
Main Authors: | , , , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
2005-06-01
|
Series: | Revista Brasileira de Anestesiologia |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942005000300009 |
Summary: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A cirurgia fetal constitui tratamento de malformações no período pré-natal, que não são adequadamente corrigidas após o nascimento e tem como objetivo tratar ou evitar a progressão das anomalias. O objetivo deste relato é apresentar um caso de anestesia para correção intra-útero de mielomeningocele. RELATO DO CASO: Paciente com 19 anos, 23 semanas de idade gestacional, sem antecedentes anestésicos, estado físico ASA I, submetida à cirurgia fetal intra-uterina, sob anestesia geral associada à peridural contínua. No pré-operatório utilizaram-se indometacina (50 mg por via retal), metoclopramida (10 mg por via venosa), cimetidina (50 mg por via venosa), e como medicação pré-anestésica midazolam (2 mg por via venosa). No espaço peridural injetou-se bupivacaína a 0,25% com adrenalina (25 mg) associada à fentanil (100 µg), seguida de passagem de cateter cefálico, para analgesia pós-operatória. O útero foi mantido deslocado para esquerda com auxílio da cunha de Crawford. Indução anestésica em seqüência rápida, com fentanil, propofol e rocurônio e manutenção com isoflurano em concentração de 2,5% a 3% veiculado em O2 e N2O (50%). Após histerotomia, realizada com staplin (grampeadores) para promover hemostasia, a região fetal a ser operada foi exposta e a analgesia e imobilidade fetal, foram obtidas com a associação fentanil (10 µg.kg-1) e pancurônio (0,1 mg.kg-1) administrada na região glútea fetal. A pressão arterial sistólica materna foi mantida acima de 100 mmHg, com efedrina em bolus (5 mg), colóides e cristalóides. O líquido amniótico perdido foi substituído por solução fisiológica aquecida. Após correção do defeito fetal, procedeu-se ao fechamento uterino e da membrana amniótica em dois planos, com fio de vicryl e cola de fibrina. Seguiu-se a diminuição gradativa da concentração do isoflurano, e para a manutenção do relaxamento uterino utilizou-se sulfato de magnésio (4 g/20minutos), seguido de infusão contínua (2 g/hora). Ao final da cirurgia injetou-se morfina (2 mg) pelo cateter peridural para analgesia pós-operatória. CONCLUSÕES: A anestesia para cirurgia fetal envolve dois seres, m��e e feto, e o manuseio anestésico exige segurança materno-fetal, anestesia e imobilidade fetal, relaxamento uterino, prevenção do trabalho de parto prematuro e analgesia pós-operatória.<br>JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La cirugía fetal constituye tratamiento de malformaciones en el período prenatal, que no son adecuadamente corregidas después del nacimiento y tiene como objetivo tratar o evitar la progresión de las anomalías. El objetivo de este relato es presentar un caso de anestesia para corrección intra-útero de mielomeningocele. RELATO DEL CASO: Paciente con 19 años, 23 semanas de edad gestacional, sin antecedentes anestésicos, estado físico ASA I, sometida a cirugía fetal intrauterina, bajo anestesia general asociada a la peridural continuada. En el pre-operatorio se utilizaron indometacina (50 mg por vía rectal), metoclopramida (10 mg por vía venosa), cimetidina (50 mg por vía venosa), y como medicación pre-anestésica midazolam (2 mg por vía venosa). En el espacio peridural se inyectó bupivacaína a 0,25% con adrenalina (25 mg) asociada al fentanil (100 µg), seguida del pasaje de catéter cefálico, para analgesia postoperatoria. El útero fue mantenido dislocado para la izquierda con auxilio de la cuña de Crawford. Inducción anestésica en secuencia rápida, con fentanil, propofol y rocuronio y mantenimiento con isoflurano en concentración del 2,5% a 3% vehiculado en O2 y N2O (50%). Después de la histerotomía, realizada con staplin (grapadoras) para promover hemostasia, la región fetal a ser operada fue expuesta y la analgesia e inmovilidad fetal, fue lograda con la asociación fentanil (10 µg.kg-1) y pancuronio (0,1 mg.kg-1) administrada en la región glútea fetal. La presión arterial sistólica materna fue mantenida arriba de 100 mmHg, con efedrina en bolus (5 mg), coloides y cristalóides. El líquido amniótico perdido fue sustituido por solución fisiológica entibiada. Después de la corrección del defecto fetal, se procedió al encerramiento uterino y de la membrana amniótica en dos planos, con hilo de vicryl y cola de fibrina. Se siguió la disminución gradativa de la concentración del isoflurano, y para el mantenimiento del relajamiento uterino se utilizó sulfato de magnesio (4 g/20minutos), seguido de infusión continuada (2 g/hora). Al final de la cirugía se inyectó morfina (2 mg) por el catéter peridural para la analgesia postoperatoria. CONCLUSIONES: La anestesia para cirugía fetal envuelve dos seres, madre y feto, y el manoseo anestésico requiere: seguridad materno-fetal, anestesia e inmovilidad fetal, relajamiento uterino, prevención del trabajo de alumbramiento prematuro y analgesia postoperatoria.<br>BACKGROUND AND OBJECTIVES: Fetal surgery is the treatment of choices for prenatal malformations that are not adequately corrected after birth and aims at treating or preventing the progression of the abnormalities. This report describes a case of anesthesia for intrauterine correction of a myelomeningocele. CASE REPORT: Pregnant patient, 19 years old, 23 weeks of gestational age, without previous anesthetic history, physical status ASA I, submitted to intrauterine fetal surgery under general anesthesia associated to continuous epidural continuous anesthesia. The patient was premedicated with rectal indomethacin (50 mg), intravenous metoclopramide (10 mg) and cimetidine (50 mg), in addition to intravenous midazolam (2 mg). The patient received 0.25% bupivacaine with epinephrine (25 mg) associated to fentanyl (100 µg) epidurally, followed by cephalic catheter insertion for postoperative analgesia. The uterus was left-displace with a Crawford's wedge. Rapid sequence anesthesia was induced with fentanyl, propofol and rocuronium, and was maintained with 2.5% - 3% isoflurane in O2 and N2O. After stapling hysterectomy to promote homeostasis, fetal operative site was exposed and fetal analgesia and immobility was obtained with the association of fentanyl (10 µg.kg-1) and pancuronium (0.1 mg.kg-1) administered on fetal gluteus muscle. Maternal systolic blood pressure was maintained above 100 mmHg with bolus ephedrine (5 mg), colloids and crystalloids. Lost amniotic fluid was replaced with warm saline. After correction of the fetal defect, both uterus and amniotic membrane were closed in two planes with vicryl suture and fibrin glue. Afterwards, isoflurane concentration was gradually decreased and bolus magnesium sulfate (4 g/20 minutes) followed by continuous infusion was administered to maintain uterine relaxation (2 g/hour). Morphine (2 mg) was administered via epidural catheter at the end of surgery for postoperative analgesia. CONCLUSIONS: Anesthesia for fetal surgery involves two individuals the mother and the fetus, an anesthetic management requires: maternal-fetal safety, fetal anesthesia and immobility, uterine relaxation, prevention of premature labor and postoperative analgesia. |
---|---|
ISSN: | 0034-7094 1806-907X |