Summary: | Brasil atualmente é um dos maiores produtores de commodities agrícolas, tais como soja, café, carne (bovina, suína e de
aves), açúcar e suco de laranja, e o país se orgulha disso. Essa é uma realidade que começou com a adoção da Revolução Verde na década de 1960 (alta tecnologia no campo, mecanização, insumos, seleção genética, etc.), quando foi implantado um modelo de farmerização. Para se chegar a esse modelo de agricultura, concentrador e pouco democrático, o Brasil precisou de quase cinco séculos. Durante a maior parte desse longo período, a agricultura não era vista como atividade nobre, ao contrário, procurava-se superar a identidade agrária, visto que a atividade não conferia status. Em certa medida, o Brasil teve vergonha de ser agrícola. Neste trabalho, o objetivo é analisar como o Brasil, um país agrário, durante mais de três séculos teve dificuldades de assumir uma identidade agrária, especialmente em função da influência de uma mentalidade portuguesa não afeita às lides agrícolas.
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