Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero
Pela definição de Gregory Currie, o Romance de Alexandre é uma “pseudoficção”: um texto que hoje se dá a ler como ficcional, mas que originalmente possuía certo status de verdade, num limiar incerto entre a ficção, a história e a lenda. Isso pode fazer com que ele não pareça exemplar de um gênero qu...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
2020-05-01
|
Series: | Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos |
Subjects: | |
Online Access: | https://revista.classica.org.br/classica/article/view/899 |
_version_ | 1818187721088172032 |
---|---|
author | Pedro Dolabela Chagas |
author_facet | Pedro Dolabela Chagas |
author_sort | Pedro Dolabela Chagas |
collection | DOAJ |
description | Pela definição de Gregory Currie, o Romance de Alexandre é uma “pseudoficção”: um texto que hoje se dá a ler como ficcional, mas que originalmente possuía certo status de verdade, num limiar incerto entre a ficção, a história e a lenda. Isso pode fazer com que ele não pareça exemplar de um gênero que, em regra, tem a ficcionalidade como atributo constitutivo. Esse é, no entanto, um pressuposto que este artigo pretende reabrir, indicando: 1) a concepção tradicional da história do romance que lhe subjaz, a ser substituída, aqui, pela proposição da poligênese do gênero; 2) a discussão sobre o lugar da ficcionalidade num conceito renovado de romance, que atenda ao aumento do corpus implicado na teoria da poligênese. A partir desse enquadramento da teoria e da história do romance, passando pela teoria da ficção, o artigo propõe que, se a marginalidade inicial do romance na cultura erudita se deveu, entre outros motivos, à ambiguidade epistêmica da ficção perante o saber institucionalizado, o status epistêmico ambíguo do Romance de Alexandre pode ter sido importante para a formação do romance, gênero que cavaria para a ficção um domínio social rotinizado. A “pseudoficcionalidade” daquele texto teria colaborado para abrir espaço, no campo letrado, para a exploração aberta da ficcionalidade, assegurando, retrospectivamente, o seu lugar na história do romance. |
first_indexed | 2024-12-11T23:15:31Z |
format | Article |
id | doaj.art-a4682ec6558849adb9197ba6019b0952 |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 0103-4316 2176-6436 |
language | English |
last_indexed | 2024-12-11T23:15:31Z |
publishDate | 2020-05-01 |
publisher | Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) |
record_format | Article |
series | Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos |
spelling | doaj.art-a4682ec6558849adb9197ba6019b09522022-12-22T00:46:33ZengSociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos0103-43162176-64362020-05-0133116117210.24277/classica.v33i1.899763Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gêneroPedro Dolabela Chagas0Universidade Federal do ParanáPela definição de Gregory Currie, o Romance de Alexandre é uma “pseudoficção”: um texto que hoje se dá a ler como ficcional, mas que originalmente possuía certo status de verdade, num limiar incerto entre a ficção, a história e a lenda. Isso pode fazer com que ele não pareça exemplar de um gênero que, em regra, tem a ficcionalidade como atributo constitutivo. Esse é, no entanto, um pressuposto que este artigo pretende reabrir, indicando: 1) a concepção tradicional da história do romance que lhe subjaz, a ser substituída, aqui, pela proposição da poligênese do gênero; 2) a discussão sobre o lugar da ficcionalidade num conceito renovado de romance, que atenda ao aumento do corpus implicado na teoria da poligênese. A partir desse enquadramento da teoria e da história do romance, passando pela teoria da ficção, o artigo propõe que, se a marginalidade inicial do romance na cultura erudita se deveu, entre outros motivos, à ambiguidade epistêmica da ficção perante o saber institucionalizado, o status epistêmico ambíguo do Romance de Alexandre pode ter sido importante para a formação do romance, gênero que cavaria para a ficção um domínio social rotinizado. A “pseudoficcionalidade” daquele texto teria colaborado para abrir espaço, no campo letrado, para a exploração aberta da ficcionalidade, assegurando, retrospectivamente, o seu lugar na história do romance.https://revista.classica.org.br/classica/article/view/899romance de alexandrepoligênese do romanceteoria do romanceteoria da ficção. |
spellingShingle | Pedro Dolabela Chagas Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos romance de alexandre poligênese do romance teoria do romance teoria da ficção. |
title | Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero |
title_full | Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero |
title_fullStr | Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero |
title_full_unstemmed | Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero |
title_short | Romance de Alexandre: as implicações da sua “pseudoficcionalidade” na história do gênero |
title_sort | romance de alexandre as implicacoes da sua pseudoficcionalidade na historia do genero |
topic | romance de alexandre poligênese do romance teoria do romance teoria da ficção. |
url | https://revista.classica.org.br/classica/article/view/899 |
work_keys_str_mv | AT pedrodolabelachagas romancedealexandreasimplicacoesdasuapseudoficcionalidadenahistoriadogenero |