“Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere

Resumo Este trabalho visa colocar em discussão a experiência de travestis no sistema prisional brasileiro, a partir de uma pesquisa realizada na penitenciária Juiz Plácido de Souza, no Agreste Pernambucano, no município de Caruaru. Parte-se da constatação do crescimento desse grupo social nos contex...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: José Wellington de Oliveira, Cássia Maria Rosato, Arles Monaliza Rodrigues Nascimento, Edna Granja
Format: Article
Language:English
Published: Conselho Federal de Psicologia
Series:Psicologia: Ciência e Profissão
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932018000600159&lng=en&tlng=en
_version_ 1818444513327185920
author José Wellington de Oliveira
Cássia Maria Rosato
Arles Monaliza Rodrigues Nascimento
Edna Granja
author_facet José Wellington de Oliveira
Cássia Maria Rosato
Arles Monaliza Rodrigues Nascimento
Edna Granja
author_sort José Wellington de Oliveira
collection DOAJ
description Resumo Este trabalho visa colocar em discussão a experiência de travestis no sistema prisional brasileiro, a partir de uma pesquisa realizada na penitenciária Juiz Plácido de Souza, no Agreste Pernambucano, no município de Caruaru. Parte-se da constatação do crescimento desse grupo social nos contextos de privação de liberdade, bem como do caráter transfóbico do cárcere e, por conseguinte, da acentuação do sofrimento da população de travestis. As discussões apresentadas inserem-se no âmbito da Psicologia social e visam, a partir da identificação de situações de vulnerabilidade social, apontar os desafios para garantia de direitos desta população, inscrevendo as contribuições da Psicologia e problematizando o papel do/da psicólogo/a no cárcere. Trata-se de uma pesquisa de ordem qualitativa, estruturada em quatro etapas: I) Escolha das travestis selecionadas para realização das entrevistas; II) realização de entrevistas; III) caracterização do perfil sociodemográfico da população; e IV) observação do cotidiano institucional. Os dados produzidos evidenciaram a vivência de cárcere como amplificadora das violências e violações sofridas fora dele. E apontaram para a necessidade de ampliação dos estudos sobre gênero, em especial daqueles voltados às travestis e/ou transexuais, realizando intersecções com contextos como o cárcere, sua história de vida, raça, indicadores de violência. À Psicologia cabem os questionamentos sobre a reprodução de um modelo biologizante, centrado na lógica médica, excludente e individual. E, ao mesmo tempo, o convite para maior atenção às demandas interseccionais e ao compromisso com o enfrentamento de desigualdades sociais, sobretudo, as de gênero.
first_indexed 2024-12-14T19:17:08Z
format Article
id doaj.art-a5a698ca54a74c9cabe95d939cf7cce9
institution Directory Open Access Journal
issn 1982-3703
language English
last_indexed 2024-12-14T19:17:08Z
publisher Conselho Federal de Psicologia
record_format Article
series Psicologia: Ciência e Profissão
spelling doaj.art-a5a698ca54a74c9cabe95d939cf7cce92022-12-21T22:50:33ZengConselho Federal de PsicologiaPsicologia: Ciência e Profissão1982-370338spe215917410.1590/1982-3703000212382S1414-98932018000600159“Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no CárcereJosé Wellington de OliveiraCássia Maria RosatoArles Monaliza Rodrigues NascimentoEdna GranjaResumo Este trabalho visa colocar em discussão a experiência de travestis no sistema prisional brasileiro, a partir de uma pesquisa realizada na penitenciária Juiz Plácido de Souza, no Agreste Pernambucano, no município de Caruaru. Parte-se da constatação do crescimento desse grupo social nos contextos de privação de liberdade, bem como do caráter transfóbico do cárcere e, por conseguinte, da acentuação do sofrimento da população de travestis. As discussões apresentadas inserem-se no âmbito da Psicologia social e visam, a partir da identificação de situações de vulnerabilidade social, apontar os desafios para garantia de direitos desta população, inscrevendo as contribuições da Psicologia e problematizando o papel do/da psicólogo/a no cárcere. Trata-se de uma pesquisa de ordem qualitativa, estruturada em quatro etapas: I) Escolha das travestis selecionadas para realização das entrevistas; II) realização de entrevistas; III) caracterização do perfil sociodemográfico da população; e IV) observação do cotidiano institucional. Os dados produzidos evidenciaram a vivência de cárcere como amplificadora das violências e violações sofridas fora dele. E apontaram para a necessidade de ampliação dos estudos sobre gênero, em especial daqueles voltados às travestis e/ou transexuais, realizando intersecções com contextos como o cárcere, sua história de vida, raça, indicadores de violência. À Psicologia cabem os questionamentos sobre a reprodução de um modelo biologizante, centrado na lógica médica, excludente e individual. E, ao mesmo tempo, o convite para maior atenção às demandas interseccionais e ao compromisso com o enfrentamento de desigualdades sociais, sobretudo, as de gênero.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932018000600159&lng=en&tlng=enTravestisIdentidadeGêneroCárcerePsicologia
spellingShingle José Wellington de Oliveira
Cássia Maria Rosato
Arles Monaliza Rodrigues Nascimento
Edna Granja
“Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
Psicologia: Ciência e Profissão
Travestis
Identidade
Gênero
Cárcere
Psicologia
title “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
title_full “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
title_fullStr “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
title_full_unstemmed “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
title_short “Sabe a Minha Identidade? Nada a Ver com Genital”: Vivências Travestis no Cárcere
title_sort sabe a minha identidade nada a ver com genital vivencias travestis no carcere
topic Travestis
Identidade
Gênero
Cárcere
Psicologia
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932018000600159&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT josewellingtondeoliveira sabeaminhaidentidadenadaavercomgenitalvivenciastravestisnocarcere
AT cassiamariarosato sabeaminhaidentidadenadaavercomgenitalvivenciastravestisnocarcere
AT arlesmonalizarodriguesnascimento sabeaminhaidentidadenadaavercomgenitalvivenciastravestisnocarcere
AT ednagranja sabeaminhaidentidadenadaavercomgenitalvivenciastravestisnocarcere