BERGSON ENTRE A DIALÉTICA E A DIFERENÇA:
Pretendemos neste artigo estabelecer um debate entre a dialética e a filosofia da diferença a partir de interpretações da obra de Bergson. Iremos nos pautar, sobretudo, nos trabalhos de Bento Prado Jr.: Presença e Campo Transcendental, tese original de 1965, mas só publicada em 1988, e de Gilles De...
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Published: |
Editora Uece
2021-07-01
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Pretendemos neste artigo estabelecer um debate entre a dialética e a filosofia da diferença a partir de interpretações da obra de Bergson. Iremos nos pautar, sobretudo, nos trabalhos de Bento Prado Jr.: Presença e Campo Transcendental, tese original de 1965, mas só publicada em 1988, e de Gilles Deleuze: Bergsonismo de 1966, escritos que, a despeito das proximidades das datas de produção trilham caminhos distintos em suas interpretações da obra bergsoniana. Se de um lado Bento aproxima Bergson da dialética, desvelando uma negatividade no coração do método bergsoniano, Deleuze, por outro lado, interpreta em Bergson um aliado no antídoto para o hegelianismo e seu trabalho do negativo predominante até então na filosofia. Trata-se, grosso modo, na perspectiva da ontologia, de travar um debate entre duas compreensões acerca do movimento da realidade e seu processo, questões tão caras ao pensamento de Bergson. Ou seja, de um lado temos a influência de uma filosofia herdeira do hegelianismo, a dialética, fundada sobre o primado do negativo e da determinação, e de outro, a constituição da filosofia da diferença, da diferença em si mesma, contrária a uma filosofia da representação. Pretendemos, portanto, confrontar tais teses e aprofundar suas diferenças e aproximações, observando a importância do debate a partir do contexto da produção das obras de Bento e Deleuze, no qual havia uma tentativa de fugir às teorias críticas e ao negativo cujas demandas pedem novas abordagens que passam a prefigurar no pensamento do século XX, sobretudo na mudança de paradigma do chamado estruturalismo para o pós-estruturalismo.
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