A concretude das palavras e as formas materiais da memória em Amada, de Toni Morrison

Este ensaio traz uma análise do romance Amada (1987), da escritora estadunidense Toni Morrison, a partir da hipótese de que o ponto de fuga dos eventos do enredo é constituído por uma reflexão sobre o estatuto das palavras na sua relação com o registro das experiências dos escravos e seus descenden...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marcos Soares
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2022-07-01
Series:FronteiraZ
Subjects:
Online Access:https://revistas.pucsp.br/index.php/fronteiraz/article/view/57619
Description
Summary:Este ensaio traz uma análise do romance Amada (1987), da escritora estadunidense Toni Morrison, a partir da hipótese de que o ponto de fuga dos eventos do enredo é constituído por uma reflexão sobre o estatuto das palavras na sua relação com o registro das experiências dos escravos e seus descendentes. Longe de habitar um espaço de fluxo aberto ou liberdade discursiva, na sua lida com as palavras as personagens enfrentarão formas especificas de poder que ameaçam a manutenção de sua memória.  Desse ângulo, argumentaremos que o romance pode ser lido como uma discussão crítica sobre formas de sobrevivência de modos de sociabilidade pré-modernos no centro da vida contemporânea. Para isso, nos utilizaremos do conceito da “impossibilidade de narrar” que marcou parte central da discussão sobre a modernidade no trabalho de teóricos como Theodor Adorno e Walter Benjamin.
ISSN:1983-4373