Summary: | O presente artigo discute as diferentes perspectivas teóricas quanto à suposta dualidade no desenvolvimento do Brasil. Assume a posição indicada por Francisco Oliveira, de que a dualidade não se constitui em anomalia do capitalismo brasileiro. É, na verdade, funcional e complementar à reprodução econômica, um modo peculiar de capitalismo tropical. Uma síntese que mistura modernidade e atraso como partes de um mesmo processo. Essa aparente contradição marca também toda a trajetória do desenvolvimento da educação pública no país. A partir da independência de Portugal, as elites dirigentes elegem a educação como instrumento a serviço da construção do projeto de Nação. Deste ponto de vista, a educação escolar é vista como o amálgama necessário à identidade de uma nação ainda sem povo. Os rumos tomados pela escola não se distanciam daqueles tomados pela nação: um projeto ainda inacabado e desde o início marcado por profundas desigualdades.
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