Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida

Médicos antigos, mas nem tanto, aprenderam e decoraram que a história natural de cardiopatias que levavam à insuficiência cardíaca passava obrigatoriamente por deterioração da função sistólica. Nesta história, o agravo miocárdico levava à hipertrofia, perda da capacidade ejetiva, dilatação (a clássi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Flávio Danni Fuchs
Format: Article
Language:English
Published: Hospital de Clinicas de Porto Alegre ; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2008-09-01
Series:Clinical and Biomedical Research
Subjects:
Online Access:https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/5943
_version_ 1798040957097082880
author Flávio Danni Fuchs
author_facet Flávio Danni Fuchs
author_sort Flávio Danni Fuchs
collection DOAJ
description Médicos antigos, mas nem tanto, aprenderam e decoraram que a história natural de cardiopatias que levavam à insuficiência cardíaca passava obrigatoriamente por deterioração da função sistólica. Nesta história, o agravo miocárdico levava à hipertrofia, perda da capacidade ejetiva, dilatação (a clássica lei de Frank-Starling), aumento das pressões a montante, edema pulmonar, dispnéia e, como freqüente nas enfermarias da Santa Casa naqueles anos, a insuficiência cardíaca congestiva, com anasarca. Com o advento do ecocardiograma, verificouse que em muitos pacientes faltava um elo nesta clássica seqüência, o déficit na função ejetiva, capturada no ecocardiograma pela fração de ejeção. Os céticos, como eu, demoraram a acreditar nesta nova entidade, a despeito de já vermos, àquela época, pacientes idosos em franca insuficiência cardíaca com coração pequeno. Fui plenamente convencido, há alguns bons anos, por atendimento de paciente em franco edema agudo refratário, em que o ecocardiograma identificava, na hora, fração de ejeção superior a 70%, com função segmentar preservada. Não estive sozinho em meu ceticismo, pois até recentemente se questionava se presumíveis casos de insuficiência cardíaca com função sistólica preservada não decorriam de erro diagnóstico.
first_indexed 2024-04-11T22:14:52Z
format Article
id doaj.art-a8ae5d8823fe412aabbaa1546577d3ab
institution Directory Open Access Journal
issn 2357-9730
language English
last_indexed 2024-04-11T22:14:52Z
publishDate 2008-09-01
publisher Hospital de Clinicas de Porto Alegre ; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
record_format Article
series Clinical and Biomedical Research
spelling doaj.art-a8ae5d8823fe412aabbaa1546577d3ab2022-12-22T04:00:27ZengHospital de Clinicas de Porto Alegre ; Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Clinical and Biomedical Research2357-97302008-09-012823618Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendidaFlávio Danni Fuchs0Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Serviço de CardiologiaMédicos antigos, mas nem tanto, aprenderam e decoraram que a história natural de cardiopatias que levavam à insuficiência cardíaca passava obrigatoriamente por deterioração da função sistólica. Nesta história, o agravo miocárdico levava à hipertrofia, perda da capacidade ejetiva, dilatação (a clássica lei de Frank-Starling), aumento das pressões a montante, edema pulmonar, dispnéia e, como freqüente nas enfermarias da Santa Casa naqueles anos, a insuficiência cardíaca congestiva, com anasarca. Com o advento do ecocardiograma, verificouse que em muitos pacientes faltava um elo nesta clássica seqüência, o déficit na função ejetiva, capturada no ecocardiograma pela fração de ejeção. Os céticos, como eu, demoraram a acreditar nesta nova entidade, a despeito de já vermos, àquela época, pacientes idosos em franca insuficiência cardíaca com coração pequeno. Fui plenamente convencido, há alguns bons anos, por atendimento de paciente em franco edema agudo refratário, em que o ecocardiograma identificava, na hora, fração de ejeção superior a 70%, com função segmentar preservada. Não estive sozinho em meu ceticismo, pois até recentemente se questionava se presumíveis casos de insuficiência cardíaca com função sistólica preservada não decorriam de erro diagnóstico.https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/5943Insuficiência Cardíaca
spellingShingle Flávio Danni Fuchs
Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
Clinical and Biomedical Research
Insuficiência Cardíaca
title Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
title_full Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
title_fullStr Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
title_full_unstemmed Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
title_short Insuficiência Cardíaca com Função Sistólica Preservada: uma condição freqüente e pouco entendida
title_sort insuficiencia cardiaca com funcao sistolica preservada uma condicao frequente e pouco entendida
topic Insuficiência Cardíaca
url https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/5943
work_keys_str_mv AT flaviodannifuchs insuficienciacardiacacomfuncaosistolicapreservadaumacondicaofrequenteepoucoentendida