Cultivo do tabaco no Recôncavo Baiano: perfil sociodemográfico e condições de saúde dos trabalhadores

Embora a fumicultura desempenhe grande relevância na economia do país, a qualidade da saúde dos trabalhadores vem sendo questionada frente à utilização de agrotóxicos e a manipulação da folha úmida do tabaco. Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo conhecer o perfil sócio-demográfico...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Tiana Pereira dos Santos Cerqueira, Larissa Rolim Borges-Paluch, Cláudia Cecília Blaszkowski de Jacobi, André Lacerda Braga Teles, Meiriana Xavier Vila-Nova
Format: Article
Language:English
Published: Centro Universitário São Camilo 2016-04-01
Series:O Mundo da Saúde
Subjects:
Online Access:https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/279
Description
Summary:Embora a fumicultura desempenhe grande relevância na economia do país, a qualidade da saúde dos trabalhadores vem sendo questionada frente à utilização de agrotóxicos e a manipulação da folha úmida do tabaco. Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo conhecer o perfil sócio-demográfico de saúde e aspectos comportamentais no ambiente laboral dos fumicultores no município do Recôncavo Baiano. O estudo teve um enfoque exploratório, descritivo do tipo experimental com abordagem de cunho quantitativo, tendo como população alvo os produtores rurais afiliados na Associação de Fumicultores de Quixabeira, localizada no Município de Cabaceiras do Paraguaçu, Bahia. A aplicação do formulário para a coleta de dados da população foi realizada no período de abril a setembro de 2014. No estudo verificou-se a predominância do sexo feminino, média de idade de 46 anos, ensino fundamental incompleto e que trabalham na cultura há mais de 20 anos. Com relação à utilização de agrotóxicos 54,54% utilizam piretróide (Decis25) associado a herbicida (Sempra). Apenas 18,18% dos entrevistados afirmaram não sentir sintomas, e os demais fumicultores relataram sentir dores no corpo (57,57%), dor de cabeça (33,36%) e cansaço (27,27%). Quanto à utilização de equipamentos de proteção individual 60,60% não faz uso em função do seu alto custo; e a destinação correta das embalagens de agrotóxicos é realizada por apenas 12,12% dos fumicultores. Constata-se no presente estudo que as condições de trabalho e as práticas realizadas diariamente pelos fumicultores os expõem a riscos ocupacionais. Portanto, é imprescindível que esses agricultores compreendam que a adesão aos equipamentos de proteção individual e destinação correta das embalagens podem prevenir problemas de saúde decorrentes da intoxicação ocupacional proveniente da nicotina e dos agrotóxicos.
ISSN:0104-7809
1980-3990