ENTRE VIOLETAS E LABAREDAS, JANELAS E MOLDURAS:

O dilema da identidade, na literatura, é constantemente evocado a partir do mito do duplo. Para além das imagens conhecidas do gêmeo ou do sósia, o desdobramento também pode ocorrer de maneira extrínseca ao “eu” original, dando origem ao duplo exógeno. Partindo desta premissa, pretende-se, neste tra...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Rosana de Barros Varela, Antonio Aparecido Mantovani
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Enivalda Nunes Freitas e Souza 2019-12-01
Series:Téssera
Subjects:
Online Access:http://www.seer.ufu.br/index.php/tessera/article/view/50789
Description
Summary:O dilema da identidade, na literatura, é constantemente evocado a partir do mito do duplo. Para além das imagens conhecidas do gêmeo ou do sósia, o desdobramento também pode ocorrer de maneira extrínseca ao “eu” original, dando origem ao duplo exógeno. Partindo desta premissa, pretende-se, neste trabalho, analisar as configurações do duplo no romance A dança do jaguar (2000), de Tereza Albues. Na obra de Albues, o sobrenatural se manifesta na personagem a partir das metamorfoses e do desdobramento do eu, temas recorrentes na narrativa fantástica. De maneira concomitante, as espacialidades também se duplicam, gerando a confluência entre o ambiente doméstico e o cenário pictórico – representado pelas telas “Percepção-enigma” e “Asas Felinas” –, que se impõem à estrutura da casa onde reside a protagonista e são atreladas a eventos sobrenaturais. Como o fantástico privilegia a suspensão ou revelação dos limites entre matéria e espírito, no romance em estudo, o embate entre o eu e o outro adquire diferentes significados para as personagens, tais como a busca pelo conhecimento metafísico, que levaria ao retorno a uma unidade primordial.
ISSN:2595-8925