ADICIONANDO A AUTOEFICÁCIA DE BANDURA NA NEUROREABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DO IDOSO

Introdução: É comum nos escritos sobre envelhecimento humano, o discurso de declínio em diversos domínios da vida. Dessa forma, não podemos ignorar que estereótipos negativos são internalizados até inconscientemente por esse grupo, refletindo em diminuição da crença de autoeficácia em praticar deter...

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Bibliographic Details
Main Authors: Luciana Xavier Senra, Luísa Cammarota Weilemann Belo
Format: Article
Language:English
Published: TUBITAK 2022-10-01
Series:Sağlık Akademisi Kastamonu
Subjects:
Online Access:https://dergipark.org.tr/tr/download/article-file/2516099
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author Luciana Xavier Senra
Luísa Cammarota Weilemann Belo
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description Introdução: É comum nos escritos sobre envelhecimento humano, o discurso de declínio em diversos domínios da vida. Dessa forma, não podemos ignorar que estereótipos negativos são internalizados até inconscientemente por esse grupo, refletindo em diminuição da crença de autoeficácia em praticar determinadas habilidades motoras, principalmente quando deparados com uma lesão incapacitante como no contexto da reabilitação fisioterapêutica neurofuncional. Grande parte dos estudos que exploram as variáveis sócio-cognitivas, motivacionais e afetivas que influenciam o desempenho motor são conduzidos em indivíduos jovens, fisicamente ativos, em tarefas e equipamentos controlados em laboratório, com pouca ressonância em situações da vida, cabendo então questionar se podemos generalizar esses resultados para o treino de habilidades funcionais que fazem parte de um protocolo de intervenção fisioterapêutica após lesão neurológica. Objetivo: A proposta desse trabalho é (1) fornecer uma visão geral dos achados da literatura em ensaios clínicos sobre o tema da autoeficácia de Bandura na aquisição de habilidades motoras, e (2) descrever um programa de neuroreabilitação fisioterapêutica de uma amostra de caso único que inclui o conceito da autoeficácia. Método: Um estudo de caso, de caráter qualitativo, descritivo e transversal, tendo como sujeito uma pessoa idosa, acometida por Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, 78 anos, submetida a 30 sessões de acompanhamento fisioterapêutico, durante 3 meses, tendo início 18 dias após a alta hospitalar. Apurou-se os escores dos instrumentos do questionário de autoeficácia pré-tarefa para as atividades de virar-se na cama, sentar na cadeira de rodas, movimentar voluntariamente o membro superior mais acometido, ficar de pé com ajuda e manter-se sentada na beira da cama. Ademais, os escores dos sentimentos e emoções (Escala PANAS adaptada) antes de cada sessão de prática. Resultados: Os estudos analisados na revisão sistemática da literatura evidenciaram que a autoeficácia tem sido positivamente associada a aprendizagem, e, em menor número, ao desempenho, em diversas tarefas motoras em sujeitos saudáveis. Apenas um estudo (44 participantes), investigou o papel da manipulação da autoeficácia em pessoas com doença de Parkinson (média de idade 62 anos). Os resultados do estudo de caso, evidenciaram grande variabilidade na avaliação subjetiva da autoeficácia ao longo das 28 sessões de prática. Sentimentos negativos como medo e inquietude, e positivos, como determinada, foram os mais relatados pela participante. Através da pergunta “classifique seu grau de confiança para realizar qualquer movimento no braço mais afetado” a participante respondeu “absolutamente não sou capaz de fazer”, (n=0), em 17 das 20 sessões. A atividade ficar em pé com ajuda, foi a que a paciente relatou maior autoeficácia: “sou totalmente capaz de fazer”, (n=100), em 14 das 18 sessões avaliadas. Conclusões: Além de aproximar os conhecimentos da teoria social cognitiva à fisioterapia neurofuncional, intervenções desenhadas de modo a favorecer a construção de um alto senso de autoeficácia, facilitam a aprendizagem motora e exploram sentimentos de capacidade que são particularmente importantes para a qualidade de vida de indivíduos em idade avançada. Apesar dos efeitos positivos, não há evidências na literatura científica da melhor forma de manipular a autoeficácia no treino de tarefas motoras em adultos.
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