Sirolimus e Prevenção Primária de Cancro Cutâneo Não-melanoma em Transplantados Renais – Um Estudo Retrospetivo
Introdução: A imunossupressão desempenha um papel central na patogénese do cancro cutâneo, em transplantados renais. Recentemente tem sido estudado o potencial do sirolimus na redução da incidência de cancro cutâneo não-melanoma nesta população. Objetivo: Analisar a relação entre os esquemas imunos...
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Format: | Article |
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Published: |
Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
2016-08-01
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author | André Pinho Brigite Aguiar Maria Manuel Brites Ricardo Vieira Rui Alves Américo Figueiredo |
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description | Introdução: A imunossupressão desempenha um papel central na patogénese do cancro cutâneo, em transplantados renais. Recentemente tem sido estudado o potencial do sirolimus na redução da incidência de cancro cutâneo não-melanoma nesta população.
Objetivo: Analisar a relação entre os esquemas imunossupressores de manutenção iniciais e o desenvolvimento de cancro cutâneo não-melanoma – carcinoma espinhocelular e carcinoma basocelular – em transplantados renais.
Métodos: Análise retrospetiva dos registos clínicos de doentes submetidos a transplante renal entre os anos 2002 e 2012 e que vieram posteriormente a ser observados no nosso Serviço de Dermatologia. Os transplantados renais foram divididos em três grupos, de acordo com o esquema imunossupressor de manutenção inicial: grupo A (à base de sirolimus), grupo B (à base de tacrolimus), grupo C (à base de ciclosporina).
Resultados: Dos 188 transplantados renais estudados, 24,5% (n=46) foram diagnosticados com 83 cancro cutâneo não-melanoma (42 carcinoma basocelular e 41 carcinoma espinhocelular). Não houve diferenças na sobrevivência livre do primeiro cancro cutâneo não-melanoma ou do primeiro carcinoma basocelular entre os grupos. A sobrevivência livre de primeiro carcinoma espinhocelular foi significativamente maior no grupo A (média 10,7 anos), quando comparado com os grupos B (média 7,48 anos) e C (média 8,29 anos). O hazard ratio bruto de carcinoma espinhocelular foi significativamente superior nos grupos C (7,74, p = 0,05) e B (9,02, p = 0,03), em comparação com o grupo A. Contudo, após ajuste para a idade à data de transplante, estes valores perderam significado estatístico.
Conclusão: Ainda que o switch para sirolimus esteja descrito como benéfico na prevenção secundária de carcinoma espinhocelular em transplantados renais, a sua utilização ab initio não pareceu apresentar o mesmo efeito protetor. |
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spelling | doaj.art-aabcb41106924f2893e2befaebd96e882022-12-21T18:48:58ZengSociedade Portuguesa de Dermatologia e VenereologiaRevista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia2182-23952182-24092016-08-0174210.29021/spdv.74.2.551Sirolimus e Prevenção Primária de Cancro Cutâneo Não-melanoma em Transplantados Renais – Um Estudo RetrospetivoAndré Pinho0Brigite Aguiar1Maria Manuel Brites2Ricardo Vieira3Rui Alves4Américo Figueiredo5Interno Complementar de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraInterna Complementar de Nefrologia/Resident, Dermatology, Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraAssistente Hospitalar/Consultant of Dermatology, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraAssistente Hospitalar/Consultant of Dermatology, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraAssistente Graduado/Graduated Consultant, Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar e Universitário de CoimbraProfessor e Director do Serviço de Dermatologia/Professor and Head of Dermatology Department, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, PortugalIntrodução: A imunossupressão desempenha um papel central na patogénese do cancro cutâneo, em transplantados renais. Recentemente tem sido estudado o potencial do sirolimus na redução da incidência de cancro cutâneo não-melanoma nesta população. Objetivo: Analisar a relação entre os esquemas imunossupressores de manutenção iniciais e o desenvolvimento de cancro cutâneo não-melanoma – carcinoma espinhocelular e carcinoma basocelular – em transplantados renais. Métodos: Análise retrospetiva dos registos clínicos de doentes submetidos a transplante renal entre os anos 2002 e 2012 e que vieram posteriormente a ser observados no nosso Serviço de Dermatologia. Os transplantados renais foram divididos em três grupos, de acordo com o esquema imunossupressor de manutenção inicial: grupo A (à base de sirolimus), grupo B (à base de tacrolimus), grupo C (à base de ciclosporina). Resultados: Dos 188 transplantados renais estudados, 24,5% (n=46) foram diagnosticados com 83 cancro cutâneo não-melanoma (42 carcinoma basocelular e 41 carcinoma espinhocelular). Não houve diferenças na sobrevivência livre do primeiro cancro cutâneo não-melanoma ou do primeiro carcinoma basocelular entre os grupos. A sobrevivência livre de primeiro carcinoma espinhocelular foi significativamente maior no grupo A (média 10,7 anos), quando comparado com os grupos B (média 7,48 anos) e C (média 8,29 anos). O hazard ratio bruto de carcinoma espinhocelular foi significativamente superior nos grupos C (7,74, p = 0,05) e B (9,02, p = 0,03), em comparação com o grupo A. Contudo, após ajuste para a idade à data de transplante, estes valores perderam significado estatístico. Conclusão: Ainda que o switch para sirolimus esteja descrito como benéfico na prevenção secundária de carcinoma espinhocelular em transplantados renais, a sua utilização ab initio não pareceu apresentar o mesmo efeito protetor.https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/551Carcinoma EspinhocelularCarcinoma BasocelularImunossupressãoNeoplasias da PeleSirolimusTransplante de Rim |
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