Vanguardas e revolução: a poesia concreta

Sem se dar conta do quanto de provinciano e de ressentido havia na sua atitude, o movimento brasileiro da poesia concreta pretendeu, nos anos cinqüenta, ter dado um salto qualitativo-revolucionário na evolução das formas da poesia ocidental, adiantando-se assim, em termos técnicos, aos grandes cen...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Henrique Manuel Ávila
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina 2004-11-01
Series:Semina: Ciências Sociais e Humanas
Subjects:
Online Access:https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/9421
Description
Summary:Sem se dar conta do quanto de provinciano e de ressentido havia na sua atitude, o movimento brasileiro da poesia concreta pretendeu, nos anos cinqüenta, ter dado um salto qualitativo-revolucionário na evolução das formas da poesia ocidental, adiantando-se assim, em termos técnicos, aos grandes centros do poder cultural e econômico na Europa e nos Estados Unidos. Atacada pelos movimentos culturais de esquerda nos anos sessenta, a poesia concreta quis ainda impor a sua forma como o único modo eficiente de fazer revolução social através da arte. Mas, já nos anos oitenta, acabou por integrar-se na atmosfera pós-moderna de desencanto em relação as revoluções sociais e estéticas, o que equivale a reconhecer a debilidade das suas inovações formais e a insinceridade dos seus episódicos prop6sitos critico - sociais. O pouco que ficou de bom da poesia concreta tem sentido inegavelmente progressivo e convém agora uni-lo ao generoso sonho utópico que subjaz As aparentemente antiartísticas vanguardas do tipo do Centro Popular de Cultura (CPC).
ISSN:1676-5443
1679-0383