Summary: | Tendo em vista que, no português brasileiro, ter é o verbo existencial selecionado na fala, mas, na escrita, haver é o existencial canônico e existir, devido ao seu caráter de verbo existencial substantivo, tende a apresentar um percentual de uso baixo e constante, descrevemos e analisamos as construções existenciais formadas com os verbos ter, haver e existir na escrita de alunos dos ensinos fundamental, médio e superior da cidade de Maceió/AL. Para tanto, seguimos os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006[1968]; LABOV 2008[1972]), associados a estudos linguísticos sobre as construções existenciais no português brasileiro (AVELAR, 2006a; MARINS, 2013; VITORIO, 2014) e utilizamos, para a análise estatística dos dados, o programa computacional GOLDVARB X. De acordo com os resultados obtidos, verificamos que há uma competição acirrada entre ter e haver e uma baixa frequência de uso de existir, sendo essa variação condicionada pelos grupos de fatores traço semântico do argumento interno, escolaridade e tema da produção textual, com o verbo ter sendo mais frequente quando o argumento interno apresenta o traço [+ concreto], na escrita de alunos menos escolarizados e quando o tema da produção textual está relacionado a experiências pessoais dos alunos.
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