Até tu, Pet, ou Rita no Pomar e a arte de (des)pentear cachorros

O trabalho consiste em uma leitura do romance de estreia do escritor paraibano Rinaldo de Fernandes, Rita no Pomar. Dialogando com o posfácio de Silviano Santiago para o livro, buscamos compreender o papel exercido, nos sentidos do texto, pelos dois principais registros narrativos que o compõem, sob...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ravel Paz
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Campinas 2009-07-01
Series:Remate de Males
Subjects:
Online Access:https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8636283
Description
Summary:O trabalho consiste em uma leitura do romance de estreia do escritor paraibano Rinaldo de Fernandes, Rita no Pomar. Dialogando com o posfácio de Silviano Santiago para o livro, buscamos compreender o papel exercido, nos sentidos do texto, pelos dois principais registros narrativos que o compõem, sobretudo o mais frequente deles: a narração pela protagonista de suas agruras passadas e presentes ao cachorro Pet. A nosso ver, é nos efeitos sutilmente instaurados por essa estratégia enunciativa que a história de Rita revela sua riqueza formal, psicológica e antropossociológica, ultrapassando e desconstruindo os padrões das narrativas de suspense, às quais muito se assemelha, e colocando em xeque o sistema de culpabilidade jurídico-psicológica que se localiza na base não só dessas narrativas como da sociedade moderna, ou mesmo, quem sabe, da dita sociabilidade humana. Finalmente, no outro extremo dessa operação desconstrutora, que também passa pela indicação do lugar de Rita na semicultura (Adorno) contemporânea, localizamos um sutil sopro libertário, que nos sugere uma aproximação entre os anseios corrompidos da personagem e certa filosofia helenística.
ISSN:2316-5758