O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer
Introdução: as crianças com aids por transmissão vertical transitam da infância para a adolescência, e pouco se sabe sobre como cuidam de si. Objetivo: compreender as possibilidades de cuidado de si no cotidiano do adolescer com aids. Métodos: foram depoentes: 11 adolescentes não institucionalizado...
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Zeppelini Editorial e Comunicacao
2008-12-01
|
Series: | DST |
Subjects: | |
Online Access: | https://bjstd.org/revista/article/view/944 |
_version_ | 1811176595706085376 |
---|---|
author | Cristiane C. Paula Ivone E. Cabral Ívis Emilia O. Souza |
author_facet | Cristiane C. Paula Ivone E. Cabral Ívis Emilia O. Souza |
author_sort | Cristiane C. Paula |
collection | DOAJ |
description |
Introdução: as crianças com aids por transmissão vertical transitam da infância para a adolescência, e pouco se sabe sobre como cuidam de si. Objetivo: compreender as possibilidades de cuidado de si no cotidiano do adolescer com aids. Métodos: foram depoentes: 11 adolescentes não institucionalizados, de 12 a 14 anos, que conheciam seu diagnóstico, atendidos em três HU/RJ. O projeto obteve aprovação de todos os CEP. Utilizou-se a entrevista fenomenológica e a análise hermenêutica heideggeriana. Resultados: desde que acharam o “negócio no sangue” têm que tomar remédio todos os dias, várias vezes e sempre, e não sabem se um dia poderão parar. Com a descoberta de que possuem o “vírus”, compreenderam que têm de cuidar da saúde para continuar vivendo, irem sozinhos às consultas hospitalares, fazerem exames e controlarem seu tratamento. Por conta da adolescência, precisam trocar de doutores que são legais. Precisam tomar o remédio do modo certo para terem saúde, imunidade, e evitarem doenças ou coisas mais graves. Estão cansados do tamanho ruim dos comprimidos e da interferência no dia a dia. Alguns tomam os comprimidos sozinhos, mas fazer o tratamento é difícil, então precisam de ajuda de alguém. Alguns nunca pararam o tratamento, outros o fizeram por orientação médica ou por conta própria. Justificam: não aceitam o “problema”. Sabem que a alimentação e os exercícios ajudam no tratamento. Conclusão: a transmissão vertical do HIV determinou uma necessidade especial na sua saúde: a dependência da tecnologia medicamentosa. Essa facticidade envolve a criança em uma rede de cuidados profissional e familiar. Durante a infância, necessitam integralmente dos cuidados prestados pelos familiares e, na transição da infância para a adolescência, passam a compreender a necessidade de cuidar de si, a partir de suas responsabilidades “cow-sigo” e da ajuda familiar. Assim, as crianças revelam-se no movimento de ser-cuidado-por para ser- cuidado-com.
|
first_indexed | 2024-04-10T19:55:12Z |
format | Article |
id | doaj.art-b0bc95e59e694d108d92cb93d6c0eed0 |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 2177-8264 |
language | English |
last_indexed | 2024-04-10T19:55:12Z |
publishDate | 2008-12-01 |
publisher | Zeppelini Editorial e Comunicacao |
record_format | Article |
series | DST |
spelling | doaj.art-b0bc95e59e694d108d92cb93d6c0eed02023-01-28T01:07:11ZengZeppelini Editorial e ComunicacaoDST2177-82642008-12-01203-4O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescerCristiane C. Paula0Ivone E. CabralÍvis Emilia O. SouzaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul Introdução: as crianças com aids por transmissão vertical transitam da infância para a adolescência, e pouco se sabe sobre como cuidam de si. Objetivo: compreender as possibilidades de cuidado de si no cotidiano do adolescer com aids. Métodos: foram depoentes: 11 adolescentes não institucionalizados, de 12 a 14 anos, que conheciam seu diagnóstico, atendidos em três HU/RJ. O projeto obteve aprovação de todos os CEP. Utilizou-se a entrevista fenomenológica e a análise hermenêutica heideggeriana. Resultados: desde que acharam o “negócio no sangue” têm que tomar remédio todos os dias, várias vezes e sempre, e não sabem se um dia poderão parar. Com a descoberta de que possuem o “vírus”, compreenderam que têm de cuidar da saúde para continuar vivendo, irem sozinhos às consultas hospitalares, fazerem exames e controlarem seu tratamento. Por conta da adolescência, precisam trocar de doutores que são legais. Precisam tomar o remédio do modo certo para terem saúde, imunidade, e evitarem doenças ou coisas mais graves. Estão cansados do tamanho ruim dos comprimidos e da interferência no dia a dia. Alguns tomam os comprimidos sozinhos, mas fazer o tratamento é difícil, então precisam de ajuda de alguém. Alguns nunca pararam o tratamento, outros o fizeram por orientação médica ou por conta própria. Justificam: não aceitam o “problema”. Sabem que a alimentação e os exercícios ajudam no tratamento. Conclusão: a transmissão vertical do HIV determinou uma necessidade especial na sua saúde: a dependência da tecnologia medicamentosa. Essa facticidade envolve a criança em uma rede de cuidados profissional e familiar. Durante a infância, necessitam integralmente dos cuidados prestados pelos familiares e, na transição da infância para a adolescência, passam a compreender a necessidade de cuidar de si, a partir de suas responsabilidades “cow-sigo” e da ajuda familiar. Assim, as crianças revelam-se no movimento de ser-cuidado-por para ser- cuidado-com. https://bjstd.org/revista/article/view/944saúde da criançasaúde do adolescenteenfermagem pediátricasíndrome de imunodeficiência adquiridaDST |
spellingShingle | Cristiane C. Paula Ivone E. Cabral Ívis Emilia O. Souza O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer DST saúde da criança saúde do adolescente enfermagem pediátrica síndrome de imunodeficiência adquirida DST |
title | O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer |
title_full | O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer |
title_fullStr | O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer |
title_full_unstemmed | O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer |
title_short | O cotidiano de crianças infectadas pelo HIV no adolescer |
title_sort | o cotidiano de criancas infectadas pelo hiv no adolescer |
topic | saúde da criança saúde do adolescente enfermagem pediátrica síndrome de imunodeficiência adquirida DST |
url | https://bjstd.org/revista/article/view/944 |
work_keys_str_mv | AT cristianecpaula ocotidianodecriancasinfectadaspelohivnoadolescer AT ivoneecabral ocotidianodecriancasinfectadaspelohivnoadolescer AT ivisemiliaosouza ocotidianodecriancasinfectadaspelohivnoadolescer |