COMPARTIMENTAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DA FORMAÇÃO CAPIRU NA REGIÃO NORTE DE CURITIBA-PR, BRASIL
O número de habitantes da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) aumentou tanto nas últimas décadas sem que tenha havido uma oferta d ́água suficiente para atender a demanda total da população. Já existe um deficit e este tende a aumentar no decorrer dos próximos anos. Uma das formas de minimizar es...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
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Published: |
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
2008-06-01
|
Series: | Revista Águas Subterrâneas |
Online Access: | https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/17024 |
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author | Ernani da Rosa Filho Marcos Justino Guarda |
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description | O número de habitantes da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) aumentou tanto nas últimas décadas sem que tenha havido uma oferta d ́água suficiente para atender a demanda total da população. Já existe um deficit e este tende a aumentar no decorrer dos próximos anos. Uma das formas de minimizar este problema, num espaço de tempo relativamente curto e com baixos investimentos, é através da perfuração de poços tubulares nas rochas carstificadas da Formação Capiru, numa faixa de direção NW-SW que está localizada ao norte da cidade de Curitiba. Esta formação geológica na qual está inser- ida o Aqüífero cárstico de Curitiba, é composta por metadolomitos (carstificados), por filitos e quartzitos e, secundariamente, por filitos grafitosos, metassiltitos e metamargas. Estas rochas são cortadas por um conjunto de diques básicos, principalmente constituídos por diabásios, os quais são derivados das atividades tectono-magmáticas registradas no Mesozóico e cujas espessuras variam de metros a quilômetros (ver Fig. 1). A energia potencial do relevo é caracterizada por um desnível médio de 80 m, atingindo um máximo 200 m, nas proximidades dos vales mais entalhados. O contexto morfoestrutural revela uma compar- timentação onde se verificam massas carbonáticas (rochas carbonáticas calcíticas e dolomíticas) com excelentes condições de porosidade e permeabilidade, limitadas por fronteiras praticamente impermeáveis (cristas de filitos e quartzitos entrecortadas por diques de diabásio), com padrão geométrico tipicamente losangular. A dissolução físico-química ocorre preferencialmente no contato das rochas carbonáticas com os solos que o recobrem e, dentro do maciço rochoso, através de suas fraturas. A extração da água por meio de bombeamento de poços, principalmente quando concentrados numa área restrita, favorece os fenômenos de subsidência do terreno. Neste trabalho estão delimitados os seguintes Sub-compartimentos hidrogeológicos, a saber: Colombo, Almirante Tamandaré, Várzea do Capivari e Cabeceira. No Sub-compartimento Colombo foram cadastradas 14 surgências naturais e existem 14 poços tubulares, cuja vazão média corresponde a 100 m3/h e as alturas potenciométricas variam entre 927 e 990 m de altitude. O volume armazenado em sub-superfície na área do Rio Capivari e do Rio Tumiri é de aproximadamente 14,92 x 106 m3/km3 e de 14,92 x 106 m3/km2 , respectivamente. No perímetro urbano de Colombo é extraído atualmente em torno de 655 m3/h. No Sub-compartimento Almirante Tamandaré, existem 12 poços tubulares com uma vazão média igual a 180 m3/h, sendo que as entradas d ́água produtoras distribuem-se entre 40 e 148 m de profundidade e as cotas po- tenciométricas distribuem-se entre 938 e 940 m de altitude. Existem apenas três nascentes cadastradas neste sub-compartimen- to. Na sede municipal, são operados atualmente quatro poços a uma vazão total de 430 m3/h. No Sub-compartimento Várzea do Capivari, existem seis unidades hidrogeológicas menores, limitadas por cinco diques de diabásio. Os poços, em número de dois, apresentam vazões de até 120 m3/h, as entradas d ́água estão mais próximas da superfície e a cota potenciométrica mais elevada está restrita a 890 m de altitude. No Sub-compartimento Cabeceira estão cadastrados cinco poços tubulares, os quais se distribuem em três unidades morfoestruturais distintas, delimitados por nove diques de diabásio. Existe um poço improdu- tivo (seco) e o poço de maior vazão produz 204 m3/h, sendo que a cota potenciométrica mais elevada está situada a 1031 m de altitude. Em termos de conclusão, pressupõe-se que as águas excedentes (nos períodos mais chuvosos) podem ser injetadas no subsolo como forma de recarga artificial; a área a ser escolhida para esta finalidade deverá levar em conta aspectos como qualidade e quantidade da água da fonte de recarga, a distância entre a fonte e o ponto de recarga, a infra-estrutura existente, os condicionantes ambientais, o uso e a ocupação do solo e os aspectos legais, especialmente relativos ao uso do solo. |
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