Destecendo uma carta pela estilística da expressão
Pretendemos atravessar o texto de Eça de Queirós, Carta ao Sr. Mollinet, teorizando a estilística da expressão de Marcel Cressot, denominada “a textura”. Discutiremos o que se busca na leitura de um texto hoje: a forma, o sentido ou a forma que produz sentido? Ainda que por meio da estilística se pr...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo
2013-10-01
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Series: | Revista do GEL |
Subjects: | |
Online Access: | https://revistadogel.emnuvens.com.br/rg/article/view/40 |
Summary: | Pretendemos atravessar o texto de Eça de Queirós, Carta ao Sr. Mollinet, teorizando a estilística da expressão de Marcel Cressot, denominada “a textura”. Discutiremos o que se busca na leitura de um texto hoje: a forma, o sentido ou a forma que produz sentido? Ainda que por meio da estilística se proceda a um levantamento e descrição das categorias linguísticas nesse texto de Eça, o levantamento morfológico em nível de enunciado esvaziase, se feito isoladamente. É do eixo sintático-semântico e melódico que Eça infla de vida seus personagens. A caracterização de Pacheco e do povo português apoia-se no nexo, produtor de uma metassignificação antagônica à significação primeira. A ironia eciana resulta da significação reversa – do ne pas dire. O nexo é a grande coesão significante entre o discurso lógico e o metalógico – a gerar novas significações; recursos verbais se multiplicam, se criam, a fi m de metamorfosear o signo linguístico em pictórico ou icônico. A ironia rege toda a tessitura construtiva que decorre de novos referentes, resultantes de relações demiúrgicas entre si, pelo processo metalógico, já que este possibilita estabelecer e alterar o sentido, ao relacionar signos e referentes, significantes e significados, enunciado e contextos. As análises do texto selecionado de Eça enriquecem-no pelas descobertas reveladas pela Estilística da Expressão. |
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ISSN: | 1806-4906 1984-591X |