Summary: | Maurício Tragtenberg, militante e acadêmico, foi precioso e raro personagem em nosso campo disciplinar. Além de seu legado teórico - orientado tanto para compreender a relação entre a organização burocrática e o capitalismo, quanto pela convicção da possibilidade de superá-la através da auto-organização dos explorados -, ele deixou lições de ativismo. Esta reflexão parte do pressuposto que a melhor maneira de homenagear um autor como este é honrando sua práxis e, portanto, buscando contribuir para as lutas sociais de nosso tempo. Nesse sentido, se critica a fetichização da autogestão e se defende que, talvez, a maior homenagem que se possa fazer a Tragtenberg seja adotar sua inquietação, retomar o tema da revolução e valorizar a transição para o socialismo como objeto empírico concreto. Tudo isso articulado com a presença militante nas lutas sociais de nosso tempo e com o combate, no nosso espaço de prática profissional, do gerencialismo, para o que se faz necessário retomar, inspirando-se em Tragtenberg, as ideias e as expressões da matriz revolucionária.
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