Summary: | Este artigo tem origem nos capítulos sobre metodologia da tese defendida em 2017 no programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), em que apresento a etnografia realizada com crianças negras entre 4-5 anos numa turma de educação infantil na escola municipal Malê Debalê. O texto está dividido em três partes, a saber: no primeiro momento, apresento brevemente como se deu a entrada no campo da pesquisa ao qual me debrucei durante mais de um ano letivo; no segundo, falo sobre a unidade de observação escolhida para registrar as ações das crianças na turma e como e quais os instrumentos de coleta de dados escolhidos em interação com as crianças trouxeram contribuições à etnografia realizada. No terceiro momento, aquele que aprofunda o debate exposto no título do artigo, faço uma descrição sobre os usos sociais do caderno de campo por mim e pelas crianças para demonstrar como, em conjunto com as teorias aqui acionadas, o lugar e o modo de fazer a pesquisa produziram os materiais coletados e as análises feitas. Este artigo insere-se assim num debate mais amplo sobre pesquisa com crianças e a participação social destas a partir da sociologia da infância.
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