O mistério da encarnação em Gabriel Marcel
Partindo de um contexto de crítica ao cientificismo e racionalismo modernos, apresentando-se com um pensamento assistemático, itinerante e questionador, Gabriel Marcel afirma que a filosofia possui uma arché: a existência, ponto de partida e de referência do labor philosophicus. A partir da questão...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal do Ceará
2010-08-01
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Series: | Argumentos |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.periodicos.ufc.br/argumentos/article/view/18978 |
Summary: | Partindo de um contexto de crítica ao cientificismo e racionalismo modernos, apresentando-se com um pensamento assistemático, itinerante e questionador, Gabriel Marcel afirma que a filosofia possui uma arché: a existência, ponto de partida e de referência do labor philosophicus. A partir da questão Quem eu sou? chega-se à percepção da existência (encarnação), o que nos leva, necessariamente, a uma questão ontológica (mistério do ser) e isso, por sua vez, segundo Marcel, nos remete à questão do transcendente (existência e transcendência). A encarnação, segundo Marcel, é o dado central da metafísica, pois é a mediação entre o eu e o mundo e os outros, é a consciência de mim no meu corpo e, por isso, perpassada de uma intensa comunhão ontológica (participação). A existência encarnada, assim, exige, de imediato, a questão do ser, o que leva Marcel a distinguir, na relação ontológica, mistério e problema. Na vivência do mistério, o ser humano possui algumas exigências: recolhimento, engajamento, fidelidade, esperança e amor. A vivência do mistério do ser, perpassada pela comunhão entre o meu eu e os outros, leva à afirmação de um Tu Absoluto: a transcendência. Assim, o mistério da encarnação instaura, na tradição filosófica, uma nova ordem de questionamento do homem e do mundo.
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ISSN: | 1984-4247 1984-4255 |