Homo digitalis e as práticas de linguagem: do negacionismo ao “novo normal” na sociedade pandêmica

RESUMO Neste texto, discuto a formação discursiva negacionista em curso no cenário político-econômico da pandemia de Covid-19. O negacionismo se materializou em discursos concretos, criou instâncias de verdade e campos de realidade (Foucault, 1987) que atuam em redes digitais, criando subjetividades...

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Main Author: Débora Hissa
Format: Article
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Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2021-12-01
Series:DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada
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spelling doaj.art-b71b100dbc1747029f6dcb3a2df60a852022-12-21T17:21:35ZengPontifícia Universidade Católica de São PauloDELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada1678-460X2021-12-0137410.1590/1678-460x202156108Homo digitalis e as práticas de linguagem: do negacionismo ao “novo normal” na sociedade pandêmicaDébora Hissahttps://orcid.org/0000-0001-6075-5585RESUMO Neste texto, discuto a formação discursiva negacionista em curso no cenário político-econômico da pandemia de Covid-19. O negacionismo se materializou em discursos concretos, criou instâncias de verdade e campos de realidade (Foucault, 1987) que atuam em redes digitais, criando subjetividades. Para descrever a estratégia discursiva do negacionismo, tomo como base a ideia de desmediatização e spaminização (Han, 2017a e 2018); de câmara de eco (Mounk, 2019), de homo digitalis e “novo normal”, relacionando-as com a sociedade do desempenho (Han, 2017b). Reflito como a desmediatização, a liberdade de expressão e a falta de transparência, orquestradas nas câmaras de eco digitais, formam uma biopolítica (Foucault, 2008). Discuto também como os discursos negacionistas foram potencializados pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) e subverteram a ideia de liberdade (entendida como associal, autogerida, autocentrada, individualizada). Por fim, trago o conceito de remediatização como uma exigência social no combate à infodemia e sua relação com a exotopia (Bakhtin, 2011). Este jogo enunciativo do “novo normal” revela outra forma de governamentalidade (Foucault, 1987), que culminam na precarização das condições de trabalho, travestida de flexibilização laboral.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502021000400401&tlng=ptnegacionismodesmediatizaçãospmaminizaçãonovo normalexotopia
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