A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist

A pedagogia iluminista procurou debater os meios de se educar o ser humano para o bem e para a independência intelectual, fundando os pressupostos dessa formação nas leis morais do bem supremo. Para tanto, a filosofia da época usou como parâmetro de sua pedagogia a total responsabilidade do ser hum...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Carina Zanelato Silva
Format: Article
Language:deu
Published: Universidade de São Paulo 2020-02-01
Series:Pandaemonium Germanicum: Revista de Estudos Germanísticos
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/163255
_version_ 1818775002981335040
author Carina Zanelato Silva
author_facet Carina Zanelato Silva
author_sort Carina Zanelato Silva
collection DOAJ
description A pedagogia iluminista procurou debater os meios de se educar o ser humano para o bem e para a independência intelectual, fundando os pressupostos dessa formação nas leis morais do bem supremo. Para tanto, a filosofia da época usou como parâmetro de sua pedagogia a total responsabilidade do ser humano por seus atos, o que acarretou na imprescindibilidade de uma formação que operasse na natureza humana uma transformação positiva, pautada na máxima do bem moral. Inicialmente adepto a esta proposta, Heinrich von Kleist, logo após sua famosa “crise kantiana”, passou a contestar o modelo de educação iluminista a partir de um viés cético, pois, para o autor, a nova visão de realidade aberta pelo criticismo kantiano evidenciou os fracassos dessa pedagogia. Sob este novo ponto de vista, as noções de liberdade e de moralidade ganharam uma nova caracterização, já que se tornou impossível para Kleist determinar quais seriam os resultados desses projetos educacionais na conduta humana. Diante deste cenário, analisaremos, neste artigo, dois textos exemplares de como esta discussão foi transposta pelo autor para a literatura: em Allerneuster Erziehungsplan, Kleist inverte a lógica desta educação ao propor uma “escola de vícios”, enquanto que, em Der Findling (1811), o autor contesta os valores morais burgueses da família e do bem supremo, desembocando em um texto repleto de violência e de maldade.
first_indexed 2024-12-18T10:50:07Z
format Article
id doaj.art-b815b3c0be484da4b388f7a52098fa10
institution Directory Open Access Journal
issn 1414-1906
1982-8837
language deu
last_indexed 2024-12-18T10:50:07Z
publishDate 2020-02-01
publisher Universidade de São Paulo
record_format Article
series Pandaemonium Germanicum: Revista de Estudos Germanísticos
spelling doaj.art-b815b3c0be484da4b388f7a52098fa102022-12-21T21:10:28ZdeuUniversidade de São PauloPandaemonium Germanicum: Revista de Estudos Germanísticos1414-19061982-88372020-02-012339A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von KleistCarina Zanelato Silva A pedagogia iluminista procurou debater os meios de se educar o ser humano para o bem e para a independência intelectual, fundando os pressupostos dessa formação nas leis morais do bem supremo. Para tanto, a filosofia da época usou como parâmetro de sua pedagogia a total responsabilidade do ser humano por seus atos, o que acarretou na imprescindibilidade de uma formação que operasse na natureza humana uma transformação positiva, pautada na máxima do bem moral. Inicialmente adepto a esta proposta, Heinrich von Kleist, logo após sua famosa “crise kantiana”, passou a contestar o modelo de educação iluminista a partir de um viés cético, pois, para o autor, a nova visão de realidade aberta pelo criticismo kantiano evidenciou os fracassos dessa pedagogia. Sob este novo ponto de vista, as noções de liberdade e de moralidade ganharam uma nova caracterização, já que se tornou impossível para Kleist determinar quais seriam os resultados desses projetos educacionais na conduta humana. Diante deste cenário, analisaremos, neste artigo, dois textos exemplares de como esta discussão foi transposta pelo autor para a literatura: em Allerneuster Erziehungsplan, Kleist inverte a lógica desta educação ao propor uma “escola de vícios”, enquanto que, em Der Findling (1811), o autor contesta os valores morais burgueses da família e do bem supremo, desembocando em um texto repleto de violência e de maldade. https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/163255Heinrich von Kleistpedagogia iluministaImmanuel Kant
spellingShingle Carina Zanelato Silva
A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
Pandaemonium Germanicum: Revista de Estudos Germanísticos
Heinrich von Kleist
pedagogia iluminista
Immanuel Kant
title A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
title_full A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
title_fullStr A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
title_full_unstemmed A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
title_short A desconstrução da educação iluminista em Heinrich von Kleist
title_sort desconstrucao da educacao iluminista em heinrich von kleist
topic Heinrich von Kleist
pedagogia iluminista
Immanuel Kant
url https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/163255
work_keys_str_mv AT carinazanelatosilva adesconstrucaodaeducacaoiluministaemheinrichvonkleist
AT carinazanelatosilva desconstrucaodaeducacaoiluministaemheinrichvonkleist