Gênese da dor na artrose Genesis of pain in arthrosis
Avanços no conhecimento da fisiopatologia da dor em doentes com osteoartrose de joelho apontam para a participação do sistema nervoso central como fonte mantenedora e amplificadora do quadro álgico refratário aos tratamentos ortopédico e reumatológico habituais. Inicialmente, a hipersensibilidade é...
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Thieme Revinter Publicações Ltda.
2011-01-01
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Series: | Revista Brasileira de Ortopedia |
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author | Gilberto Luis Camanho Marta Imamura Lars Arendt-Nielsen |
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description | Avanços no conhecimento da fisiopatologia da dor em doentes com osteoartrose de joelho apontam para a participação do sistema nervoso central como fonte mantenedora e amplificadora do quadro álgico refratário aos tratamentos ortopédico e reumatológico habituais. Inicialmente, a hipersensibilidade é observada apenas no local afetado. Entretanto, quando a dor torna-se refratária, mecanismos de sensibilização central e periférica passam a contribuir para a manutenção e amplificação dos quadros dolorosos, independentes do processo periférico que a originou. Neste estágio, mesmo a remoção do agente etiológico pode não mais ser suficiente para o alívio dos sintomas dolorosos. Faz-se necessário então considerar que outros fatores, distantes da própria articulação acometida, podem ser os responsáveis pelos sintomas dolorosos e incapacitantes nestes doentes. No momento não há cura conhecida para a osteoartrose e o objetivo do tratamento é a melhora da dor, da função e da qualidade de vida relacionada à saúde, minimizando, sempre que possível, a toxicidade terapêutica. Diante das evidências emergentes sugerindo o papel do sistema nervoso central na fisiopatologia da dor em doentes com artrose de joelho, os alvos terapêuticos devem contemplar as estruturas do sistema nervoso central, ao invés do tratamento apenas local com analgésicos comuns, antiinflamatórios e medidas não farmacológicas. Assim, modalidades de modulação da medula espinal e do córtex cerebral, incluindo o uso de antidepressivos, podem ter o seu papel no manejo desses doentes.<br>Advances in knowledge regarding the pathophysiology of pain among patients with knee osteoarthritis suggest that the central nervous system is involved as a source that maintains and amplifies the painful condition such that it is refractory to conventional orthopedic and rheumatological treatment. Initially, hyperalgesia is observed only at the affected site. However, when the pain becomes refractory, peripheral and central sensitization mechanisms contribute towards maintaining and amplifying the painful conditions, regardless of the peripheral process that originated the pain. At this stage, even removal of the etiological agent may no longer be enough to relieve the painful symptoms. It then becomes necessary to envisage that other factors, distant from the affected joint, may be responsible for the disabling painful condition in such patients. At present, osteoarthrosis does not have any known cure, and the aim of treatment is to lessen the pain while improving function and health -related quality of life, and whenever possible, to minimize the toxicity of the therapy. In the light of emerging evidence suggesting that the central nervous system has a role in the physiopathology of pain in patients with knee arthrosis, the central nervous system should be taken into consideration as a therapeutic target, instead of only administering local treatment using ordinary analgesics, antiinflammatory drugs and non-pharmacological measures. Thus, methods that modulate the spinal cord and cerebral cortex, including the use of antidepressants, may have a role in managing these patients. |
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