Do ouvido ao narrado: interlocução terapeuta-sujeito com afasia em atividade com história em quadrinhos

RESUMO Objetivo Analisar a interlocução terapeuta-sujeito com afasia no processo de interpretação e organização de história em quadrinhos. Métodos Estudo transversal, de natureza qualitativa. Os dados coletados foram de situações enunciativas audiogravadas e apresentadas descritivamente por quadro...

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Bibliographic Details
Main Authors: Gabriel Rovadoschi Barros, Camila Dias Möller, Célia Helena de Pelegrini Della Méa, Elenir Fedosse
Format: Article
Language:English
Published: Academia Brasileira de Audiologia 2023-01-01
Series:Audiology: Communication Research
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312023000100306&tlng=en
Description
Summary:RESUMO Objetivo Analisar a interlocução terapeuta-sujeito com afasia no processo de interpretação e organização de história em quadrinhos. Métodos Estudo transversal, de natureza qualitativa. Os dados coletados foram de situações enunciativas audiogravadas e apresentadas descritivamente por quadros de interlocução (A1-T1) e (A2-T2), registrando atividade com Histórias em Quadrinhos (HQ), realizada em encontro do Grupo Interdisciplinar de Convivência da instituição, do qual participaram sujeitos com e sem afasia. Analisou-se a interlocução entre duas terapeutas em formação (T1 e T2) e dois sujeitos com afasia (A1 e A2). Resultados As interlocuções entre A1-T1 e A2-T2, ocorridas durante o processo de organização das HQ, evidenciaram posicionamentos diferentes das terapeutas, no que tange ao ouvido e ao narrado. A1 foi reconhecida por T1 como sujeito de linguagem, à medida que a terapeuta promoveu a disjunção, ou seja, encaminhou A1 à condição de locutor; o mesmo fato não ocorreu com A2 e T2, pois o primeiro não foi reconhecido como sujeito de linguagem, já que T2 manteve-se em conjunção, não conferindo lugar de fala a A2. Conclusão A enunciação benvenistiana configura-se como recurso teórico-metodológico para análise e intervenção clínica junto a sujeitos com afasia. O contexto de convivência grupal impõe-se como lócus de cuidado e formativo para as diferentes áreas de atenção às pessoas com afasia, articulando, interdisciplinarmente, aspectos da enunciação à prática terapêutica.
ISSN:2317-6431