Teoria dos movimentos lentos no fragmento da doutrina secreta no Teeteto de Platão
Neste artigo trabalharemos a noção de movimentos lentos no fragmento da doutrina secreta, que constituem a potência de vir a ser, o fundamento para a geração de qualidades na realidade percebida pelas sensações. Os movimentos lentos são citados no Teeteto na passagem 156a, no fragmento que chamamos...
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| Published: |
Universidade Federal do Ceará
2019-11-01
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| author | Ana Rafaella Pereira Melo |
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Neste artigo trabalharemos a noção de movimentos lentos no fragmento da doutrina secreta, que constituem a potência de vir a ser, o fundamento para a geração de qualidades na realidade percebida pelas sensações. Os movimentos lentos são citados no Teeteto na passagem 156a, no fragmento que chamamos aqui de doutrina secreta dos pensadores de nomeada que se encontra no início da segunda resposta a Teeteto, no diálogo platônico com o mesmo nome. A importância de trazermos esse estudo sobre essa categoria de movimento é a de observar que Platão, mesmo que de forma breve como aparece no fragmento, observou a existência de dois movimentos na geração das sensações, um lento e um rápido, sendo o primeiro o que entendemos por a potência de ser, sem a qual nada poderia tornar-se o que de fato será. Platão mostrou nessa passagem que a formação de uma sensação é algo bem mais complexo do que imaginavam os mobilistas, com entendimentos que abrangem uma momentaneidade e uma profunda fugacidade nessa formação, sendo ela fora da coisa ou do percipiente, pois ocorre entre ambos, entre o percipiente e a coisa percebida, diferente do que, por exemplo, Protágoras imaginaria. Mostraremos nessa pesquisa que a partir do que Platão descreve como sendo a formação do par sensação/qualidade vemos a possibilidade de uma teoria vasta e complexa acerca do que se deve entender sobre a mudança no campo das coisas físicas e suas devidas sensações, nos concentrando no movimento primeiro, caracterizado como sendo a condição de possibilidade para algo vir a ser, uma potência.
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