Fósseis da Localidade de Nova Iorque, Maranhão, no Acervo do Museu de Ciências da Terra / Departamento Nacional da Produção Mineral
A coleção de fósseis do Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional da Produção Mineral (MCTer/DNPM), está subdividida em diversas coleções, Paleobotânica, Invertebrados, Peixes, Répteis e Mamíferos. Os fósseis da localidade de Nova Iorque estão distribuídos nas coleções de Peixes e de P...
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Format: | Article |
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Published: |
Universidade Federal do Rio de Janeiro
2005-01-01
|
Series: | Anuário do Instituto de Geociências |
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Online Access: | http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_2005_1/Anuario_2005v01_181_182.pdf |
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author | Diogo Jorge de Melo Renata Croner Giquel da Silva Adriana Abade Pereira Moura Rita de Cassia Tardin Cassab Marise Sardenberg Salgado de Carvalho |
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description | A coleção de fósseis do Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional da Produção Mineral (MCTer/DNPM), está subdividida em diversas coleções, Paleobotânica, Invertebrados, Peixes, Répteis e Mamíferos. Os fósseis da localidade de Nova Iorque estão distribuídos nas coleções de Peixes e de Paleobotânica e trata-se de uma ocorrência fossilífera única no Estado do Maranhão, dentro da bacia do Parnaíba, que hoje encontra-se submersa pelas águas da represa Boa Esperança. Sua idade atualmente é atribuída ao Plioceno (Lima, 1991). O início desta coleção se deu em 1936, quando o então diretor do Serviço Geológico e Mineralógico, Euzébio Paulo de Oliveira, determinou ao sub-assistente Josalfredo Borges a realização de vários trabalhos geológicos nos estados do Maranhão e do Piauí. Estes trabalhos foram realizados no período de abril a outubro do mesmo ano e constava da exploração dos folhelhos da localidade de Nova Iorque. Segundo Josalfredo Borges, o afloramento situavase à margem esquerda do rio Parnaíba e possuía 35 metros de extensão, e foi o único sobrevivente à erosão. Quanto à metodologia de coleta, menciona que foram feitos dois cortes distintos, onde conseguiu-se determinar cinco composições geológicas diferentes, de cima para baixo: 3,60 m de uma argila vermelha, arenosa; 2,50 m de um conglomerado com seixos regulares, bem cimentado; 0,80 m de um folhelho argiloso verde escuro ou azulado e cinza-claro depois de coletado. Neste último sedimento foram encontradas algumas folhas e uma grande quantidade de peixes de pequeno porte, com até 25 centímetros de comprimento; 0,30 m de um folhelho arenoso de coloração cinza-escuro, cinzaclaro quando exposto, com abundância de folhas, mas poucos peixes; 0,50 m de um folhelho argiloso, com direção E-W, tendo um mergulho de 110 na direção norte (Oliveira, 1936). Constam no catálogo de peixes fósseis 42 lotes de exemplares provenientes desta localidade. Destes, 65,1% pertencem a Knightia brasiliensis Woodward 1939, 20,9% a Macracara prisca Woodward 1939, 6,9% a Triportheus altus (Santos 1946), 2,3% a Procharax minor Santos & Travassos 1956 e 2,3% a Arius sp. Todos os holótipos das espécies encontramse depositados no MCTer/DNPM, que certamente é a única instituição que possui fósseis desta localidade. Os macrofósseis vegetais foram estudados por Cristalli (1997), em sua dissertação de mestrado, onde identificou as seguintes subclasses botânicas: Magnolidae (Laurales), Dillenidae (Malvales, Ebenales), Rosidae (Fabales, Sapindales) e Lilidae (Liliales). Segundo o catálogo a coleção de Paleobotânica possui 81 lotes de fósseis, sendo constituída de restos foliares, em vários estados de conservação. O estado atual desta coleção é bastante frágil, pois com o tempo os folhelhos foram se ressecando, ocorrendo a formação de alguns cristais na superfície do fóssil e também houve a fragmentação de diversos exemplares. O levantamento histórico dessa coleção permite recuperar e atualizar as informações sobre os fósseis da localidade de Nova Iorque e mostra a importância histórica e científica das coleções do MCTer/ DNPM, cujo acervo apresenta singularidades paleontológicas, como os materiais aqui apresentados. |
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