A drugstore de Platão (os psicofármacos)
A partir do livro A farmácia de Platão, de Jacques Derrida, é rastreada, nos próprios textos platônicos, a admiração daquele filósofo grego pela então incipiente medicina hipocrática: ela se harmonizava com o método dialético de Platão, em oposição à estreiteza do método sofista, que se compunha mel...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental
|
Series: | Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47141999000200011&lng=en&tlng=en |
_version_ | 1818013189381554176 |
---|---|
author | Rubens Coura |
author_facet | Rubens Coura |
author_sort | Rubens Coura |
collection | DOAJ |
description | A partir do livro A farmácia de Platão, de Jacques Derrida, é rastreada, nos próprios textos platônicos, a admiração daquele filósofo grego pela então incipiente medicina hipocrática: ela se harmonizava com o método dialético de Platão, em oposição à estreiteza do método sofista, que se compunha melhor com a medicina pré-hipocrática dos charlatães curandeiros. Chega-se ao phármakon hipocrático, com suas primitivas e atuais propriedades de Droga, de Tintura, de Escritura e de Objeto Numinoso. E na atual Drugstore, que veio usurpar o tradicional espaço da farmácia, o phármakon ainda vem se mantendo como tal e não se esvazia na categoria inerte de um simples product; mas isso ocorre apenas através dos esforços da propaganda maciça, de exorbitâncias da pesquisa científica e da precariedade da maioria dos atendimentos médicos da atualidade. Também na psicofarmacologia, são muitas as modificações (patoplásticas) geradas pelas mutilações contemporâneas sofridas pelo phármakon; entre elas, o autor destaca que os phármakons antidepressivos podem propiciar, no reequilíbrio pulsional que favorecem, apenas uma espécie de “adiamento” da destruição e do triunfo sobre o objeto perdido no melancólico – não parecendo influir, apesar da aparente melhora no quadro clínico, na força sádica destrutiva do sujeito. |
first_indexed | 2024-04-14T06:30:11Z |
format | Article |
id | doaj.art-bdda6b2619844e559fa0875f45ea423e |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 1984-0381 |
language | English |
last_indexed | 2024-04-14T06:30:11Z |
publisher | Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental |
record_format | Article |
series | Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental |
spelling | doaj.art-bdda6b2619844e559fa0875f45ea423e2022-12-22T02:07:39ZengAssociação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia FundamentalRevista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental1984-038122113610.1590/1415-47141999002002S1415-47141999000200011A drugstore de Platão (os psicofármacos)Rubens CouraA partir do livro A farmácia de Platão, de Jacques Derrida, é rastreada, nos próprios textos platônicos, a admiração daquele filósofo grego pela então incipiente medicina hipocrática: ela se harmonizava com o método dialético de Platão, em oposição à estreiteza do método sofista, que se compunha melhor com a medicina pré-hipocrática dos charlatães curandeiros. Chega-se ao phármakon hipocrático, com suas primitivas e atuais propriedades de Droga, de Tintura, de Escritura e de Objeto Numinoso. E na atual Drugstore, que veio usurpar o tradicional espaço da farmácia, o phármakon ainda vem se mantendo como tal e não se esvazia na categoria inerte de um simples product; mas isso ocorre apenas através dos esforços da propaganda maciça, de exorbitâncias da pesquisa científica e da precariedade da maioria dos atendimentos médicos da atualidade. Também na psicofarmacologia, são muitas as modificações (patoplásticas) geradas pelas mutilações contemporâneas sofridas pelo phármakon; entre elas, o autor destaca que os phármakons antidepressivos podem propiciar, no reequilíbrio pulsional que favorecem, apenas uma espécie de “adiamento” da destruição e do triunfo sobre o objeto perdido no melancólico – não parecendo influir, apesar da aparente melhora no quadro clínico, na força sádica destrutiva do sujeito.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47141999000200011&lng=en&tlng=enPsicopatologíapsiquiatríapsicofarmacospharmakon |
spellingShingle | Rubens Coura A drugstore de Platão (os psicofármacos) Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental Psicopatología psiquiatría psicofarmacos pharmakon |
title | A drugstore de Platão (os psicofármacos) |
title_full | A drugstore de Platão (os psicofármacos) |
title_fullStr | A drugstore de Platão (os psicofármacos) |
title_full_unstemmed | A drugstore de Platão (os psicofármacos) |
title_short | A drugstore de Platão (os psicofármacos) |
title_sort | drugstore de platao os psicofarmacos |
topic | Psicopatología psiquiatría psicofarmacos pharmakon |
url | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47141999000200011&lng=en&tlng=en |
work_keys_str_mv | AT rubenscoura adrugstoredeplataoospsicofarmacos AT rubenscoura drugstoredeplataoospsicofarmacos |