As guardiãs das tradições religiosas: a representatividade das nochês em Os Tambores de São Luís e na poesia Comando Doce

Este artigo propõe analisar comparativamente as nochês — mulheres negras, sacerdotisas e líderes — nos terreiros de Mina e Candomblé, respectivamente, na Casa das Minas e na Casa Jitolu de Os tambores de São Luís (MONTELLO, 2005) e a poesia Comando Doce (ILÊ AIYÊ, 2009). Ambas as obras destacam as...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Welida Maria Gouveia Silva, Rubenil da Silva Oliveira
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2022-12-01
Series:Linha D'Água
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/191918
Description
Summary:Este artigo propõe analisar comparativamente as nochês — mulheres negras, sacerdotisas e líderes — nos terreiros de Mina e Candomblé, respectivamente, na Casa das Minas e na Casa Jitolu de Os tambores de São Luís (MONTELLO, 2005) e a poesia Comando Doce (ILÊ AIYÊ, 2009). Ambas as obras destacam as sacerdotisas como guardiãs das tradições religiosas de matriz africana, sujeitos identitários e políticos que utilizam a religião como meio de resistência e de preservação cultural. Assim, busca-se, através deste estudo bibliográfico, evidenciar também o protagonismo feminino negro nos terreiros jeje-nagôs, oriundo dos povos iorubás, e o matriarcado como sistema de poder estrutural dessas comunidades. Além disso, este estudo mostra como a religião, com seus símbolos e rituais, continua sendo uma forma de resistência à dominação branca. Portanto, percebe-se que as mulheres têm papel fundamental na construção e na manutenção das comunidades religiosas e que os terreiros não são apenas lugares de orações, mas de preservação das tradições, dos costumes, da cultura e identidade negra.
ISSN:0103-3638
2236-4242