“As giletes sempre falam mais alto”: o tema da automutilação em comunidades online
Este estudo busca compreender como o tema da automutilação é retratado em comunidades online brasileiras, apresentando uma reflexão sobre suas particularidades, as narrativas produzidas, as interações estabelecidas e a finalidade desse espaço digital. Trata-se de pesquisa qualitativa feita em ambien...
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Published: |
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
2023-05-01
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Series: | Cadernos de Saúde Pública |
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author | Aline Ferreira Gonçalves Joviana Quintes Avanci Kathie Njaine |
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description | Este estudo busca compreender como o tema da automutilação é retratado em comunidades online brasileiras, apresentando uma reflexão sobre suas particularidades, as narrativas produzidas, as interações estabelecidas e a finalidade desse espaço digital. Trata-se de pesquisa qualitativa feita em ambiente digital por meio da observação silenciosa de comunidades online do Facebook, selecionadas a partir do número de participantes e de interação. A observação foi orientada por um roteiro prévio e as postagens foram registradas por print screen. As publicações foram organizadas nas seguintes categorias temáticas: caracterização e funcionamento das comunidades; violência autoinfligida (automutilação e suicídio); motivações para o ato; estratégias para impedir o ato; e experiência amorosa. Os resultados revelaram que as comunidades se orientavam de maneira positiva, defendiam a prática da automutilação, com ausência de regulamentação, o que garantiu a livre expressão de seus participantes, havia relatos detalhados com descrição do método praticado, dos objetos utilizados e dos mais eficazes para tal e de como ocultar os ferimentos. Embora compartilhassem o medo da descoberta, publicavam imagens de suas próprias cicatrizes e ferimentos, materializando na rede discursos de sofrimento, bem como a glamourização dos cortes, o sentimento de prazer e o senso de pertença por ser também uma marca identitária. Nossos achados permitem inferir que jovens que se mutilam compartilham suas experiências com outros jovens em sofrimento, sem a mediação de um profissional, sendo premente considerar os possíveis impactos à saúde mental. |
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publisher | Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz |
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spelling | doaj.art-bf480fa835bb4e7790d05d7f0152cf7a2023-05-02T07:31:32ZengEscola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo CruzCadernos de Saúde Pública1678-44642023-05-0139410.1590/0102-311xpt197122“As giletes sempre falam mais alto”: o tema da automutilação em comunidades onlineAline Ferreira Gonçalveshttps://orcid.org/0000-0001-8183-9198Joviana Quintes Avancihttps://orcid.org/0000-0001-7779-3991Kathie Njainehttps://orcid.org/0000-0003-3250-2331Este estudo busca compreender como o tema da automutilação é retratado em comunidades online brasileiras, apresentando uma reflexão sobre suas particularidades, as narrativas produzidas, as interações estabelecidas e a finalidade desse espaço digital. Trata-se de pesquisa qualitativa feita em ambiente digital por meio da observação silenciosa de comunidades online do Facebook, selecionadas a partir do número de participantes e de interação. A observação foi orientada por um roteiro prévio e as postagens foram registradas por print screen. As publicações foram organizadas nas seguintes categorias temáticas: caracterização e funcionamento das comunidades; violência autoinfligida (automutilação e suicídio); motivações para o ato; estratégias para impedir o ato; e experiência amorosa. Os resultados revelaram que as comunidades se orientavam de maneira positiva, defendiam a prática da automutilação, com ausência de regulamentação, o que garantiu a livre expressão de seus participantes, havia relatos detalhados com descrição do método praticado, dos objetos utilizados e dos mais eficazes para tal e de como ocultar os ferimentos. Embora compartilhassem o medo da descoberta, publicavam imagens de suas próprias cicatrizes e ferimentos, materializando na rede discursos de sofrimento, bem como a glamourização dos cortes, o sentimento de prazer e o senso de pertença por ser também uma marca identitária. Nossos achados permitem inferir que jovens que se mutilam compartilham suas experiências com outros jovens em sofrimento, sem a mediação de um profissional, sendo premente considerar os possíveis impactos à saúde mental.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2023000405006&lng=pt&tlng=ptAutolesãoAutomutilaçãoAdolescenteRedes Sociais OnlineMídias Sociais |
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