Escrever sensações, inscrever afectos: notas para uma teoria literária menor segundo Gilles Deleuze
A literatura não se esgota nos seus aspectos discursivos, o que significa dizer que há algo mais, um afecto, um conjunto de afectos e perceptos que passa por entre as palavras sem, contudo, se diluir nelas. Embora não exista sem a linguagem (quid facti), a literatura produz sensações diferenciais (...
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Published: |
Associação Internacional de Lusitanistas
2023-08-01
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Series: | Veredas |
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Online Access: | https://revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/901 |
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A literatura não se esgota nos seus aspectos discursivos, o que significa dizer que há algo mais, um afecto, um conjunto de afectos e perceptos que passa por entre as palavras sem, contudo, se diluir nelas. Embora não exista sem a linguagem (quid facti), a literatura produz sensações diferenciais (quid juris) que ultrapassam a lógica discursiva e a veiculação dos enunciados. Para além do imperativo comunicacional, as personagens e as paisagens da literatura podem ser descritas enquanto insistências virtuais, o que, nem por isso, as tornam, no entanto, menos reais. A literatura, ou o fato literário, torna sensível o insensível da linguagem enquanto violência que torna sensória os limites mesmos da nossa sensibilidade. É a partir dessas proposições de Gilles Deleuze que este ensaio se debruça, procurando explicitar o uso de uma constelação de conceitos que insiste na capacidade da literatura de escrever sensações, de inscrever afectos. “Devir”, “Território” e “Ritornelo” são alguns desses conceitos que servem de orientação para a hipótese de uma teoria literária menor que procura cartografar os afectos produzidos pela literatura. Essa teoria literária menor poderia ser denominada, de igual modo, uma estética da literatura.
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