Mundo apocalíptico: Daniel Paul Schreber
O médico de Schreber, o professor Flechsig, acreditava que seu paciente era um homem doente e irracional e que deveria ser abolido de seus direitos sociais. Schreber estava envolvido em uma atmosfera apocalíptica em que o mundo estava chegando ao fim e ele e Deus deveriam dar à luz a uma nova geraç...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
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Published: |
UA Editora
2020-06-01
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author | Natalia Luiza Carneiro Lopes Acioly Francisco Acioly de Lucena Neto |
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O médico de Schreber, o professor Flechsig, acreditava que seu paciente era um homem doente e irracional e que deveria ser abolido de seus direitos sociais. Schreber estava envolvido em uma atmosfera apocalíptica em que o mundo estava chegando ao fim e ele e Deus deveriam dar à luz a uma nova geração, mas não se considerava um homem insano. Além de seu sofrimento, tudo o que ele queria era um ‘remédio’ para melhorar, e mesmo se dermos uma olhada mais de perto nos escritos de Schreber (1903), podemos notar que durante sua doença, ele foi capaz de demonstrar muito alto conhecimento em literatura, religião, música e grego, por exemplo. Além de ser um notável juiz. Já que a questão da psicose ainda era desconhecida, os psicóticos eram vistos como seres que tinham olhares absurdos e logo, eram excluídos da sociedade e internados. No entanto, uma certa prudência pode ser detectada no comportamento de Schreber, se tomarmos como chave sua convicção de que Deus e o Apocalipse eram uma solução aceitável para seu problema. Schreber reorganizou (e liberou) seus desejos reprimidos – homossexualismo, narcisismo e megalomania – todos causados por problemas no relacionamento com o pai (problemas de instauração do Significante principal). Até entendermos melhor que Deus e o fim de mundo possa ser uma estratégia vital à solução na psicose de Schreber, devido à representação Super-Paterna e Apocalíptica, não entenderemos a questão maior da psicose. Apesar de ser um problema que ainda possa vir a não ter cura e embora os psicóticos vivam em um mundo diferente do nosso, eles não são pessoas com menos importância que as pessoas ‘normais’ (ou neuróticas, como é a nomenclatura psicanalítica preferível). Schreber nos aponta para uma ‘solução’ na tentativa de resolver os problemas de estabelecimento do significante do pai.
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spelling | doaj.art-bfcac23a7f6546ba959b72b207548ff12023-11-23T05:53:44ZengUA EditoraForma Breve1645-927X2183-47092020-06-011610.34624/fb.v0i16.25233Mundo apocalíptico: Daniel Paul SchreberNatalia Luiza Carneiro Lopes Acioly0Francisco Acioly de Lucena Neto1Universidade de VarsóviaUniversidade Santiago de Compostela O médico de Schreber, o professor Flechsig, acreditava que seu paciente era um homem doente e irracional e que deveria ser abolido de seus direitos sociais. Schreber estava envolvido em uma atmosfera apocalíptica em que o mundo estava chegando ao fim e ele e Deus deveriam dar à luz a uma nova geração, mas não se considerava um homem insano. Além de seu sofrimento, tudo o que ele queria era um ‘remédio’ para melhorar, e mesmo se dermos uma olhada mais de perto nos escritos de Schreber (1903), podemos notar que durante sua doença, ele foi capaz de demonstrar muito alto conhecimento em literatura, religião, música e grego, por exemplo. Além de ser um notável juiz. Já que a questão da psicose ainda era desconhecida, os psicóticos eram vistos como seres que tinham olhares absurdos e logo, eram excluídos da sociedade e internados. No entanto, uma certa prudência pode ser detectada no comportamento de Schreber, se tomarmos como chave sua convicção de que Deus e o Apocalipse eram uma solução aceitável para seu problema. Schreber reorganizou (e liberou) seus desejos reprimidos – homossexualismo, narcisismo e megalomania – todos causados por problemas no relacionamento com o pai (problemas de instauração do Significante principal). Até entendermos melhor que Deus e o fim de mundo possa ser uma estratégia vital à solução na psicose de Schreber, devido à representação Super-Paterna e Apocalíptica, não entenderemos a questão maior da psicose. Apesar de ser um problema que ainda possa vir a não ter cura e embora os psicóticos vivam em um mundo diferente do nosso, eles não são pessoas com menos importância que as pessoas ‘normais’ (ou neuróticas, como é a nomenclatura psicanalítica preferível). Schreber nos aponta para uma ‘solução’ na tentativa de resolver os problemas de estabelecimento do significante do pai. https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/25233SchreberpsicoseDeuspaifim do mundosignificante |
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