Casa grande e terra grande, sertões e senzala: duas interpretações do Brasil
O artigo discute dois modelos interpretativos da sociedade e cultura brasileiras, cunhados nas obras Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha e Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre. O primeiro modelo, o do Brasil do eterno dilema, define uma disputa sem fim entre a modernidade e a cultu...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Iberoamericana / Vervuert
2014-06-01
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Series: | Iberoamericana. América Latina - España - Portugal |
Subjects: | |
Online Access: | http://journals.iai.spk-berlin.de/index.php/iberoamericana/article/view/641 |
Summary: | O artigo discute dois modelos interpretativos da sociedade e cultura brasileiras, cunhados nas obras Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha e Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre. O primeiro modelo, o do Brasil do eterno dilema, define uma disputa sem fim entre a modernidade e a cultura brasileira, evidenciando um conflito entre duas lógicas dificilmente reconciliáveis, a lógica da origem e do destino e a lógica legal e igualitária das sociedades modernas; o segundo modelo, do Brasil da harmonia autoritária, atribui positividade ao ethos brasileiro que se constrói nas origens da formação da sociedade, uma vez que alcançou equilibrar diferentes antagonismos sociais e culturais através da imposição de um sistema autoritário de trocas materiais e simbólicas. Argumenta- se que o fato de não se distinguir nessas interpretações o que seja construção da nação e construção de sociedade gerou a criação e reatualização do mito da ambigüidade brasileira, cuja perda de eficácia nos tempos atuais exige o reexame das interpretações que o criaram. |
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ISSN: | 1577-3388 2255-520X |