PERFIL HEMATOLÓGICO DE PACIENTES COM DENGUE EM REGIÃO ENDÊMICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL
Introdução e objetivo: A dengue é uma doença febril causada por quatro sorotipos distintos de dengue vírus (DENV1-4). O Brasil apresenta uma das maiores taxas de infecção por DENV no mundo, sendo o noroeste do Estado de São Paulo considerado área endêmica para essa infecção. Os pacientes com dengue...
Main Authors: | , , , , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2023-10-01
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Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004558 |
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author | DGL La-Roque PNM Costa PMA Torres EV Santos LMR Passos MC Elias SC Sampaio LC Alcantara DT Covas S Kashima |
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description | Introdução e objetivo: A dengue é uma doença febril causada por quatro sorotipos distintos de dengue vírus (DENV1-4). O Brasil apresenta uma das maiores taxas de infecção por DENV no mundo, sendo o noroeste do Estado de São Paulo considerado área endêmica para essa infecção. Os pacientes com dengue frequentemente apresentam alterações hematológicas que podem auxiliar no diagnóstico e monitoramento da doença, tais como: leucopenia, trombocitopenia e hemoconcentração. Neste estudo, foram comparados os parâmetros hematológicos de pacientes com suspeita de dengue e indivíduos saudáveis doadores de sangue. Material e métodos: Foram convidados a participar do estudo os pacientes que procuraram atendimento médico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município de Ribeirão Preto, examinados quanto à presença de sinais e sintomas de dengue. Em paralelo, doadores de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto foram convidados para compor o grupo controle. Foi realizada coleta de sangue periférico e entrevista para obtenção de dados sócio-epidemiológicos. O hemograma foi realizado em um contador automático de células. O RNA viral foi extraído a partir do plasma para a detecção e distinção dos sorotipos virais DENV1-4 por real time RT-PCR. Os parâmetros do hemograma foram avaliados quanto à diferença entre as médias apresentadas pelos grupos controle, não-detectável e detectável (One-Way ANOVA). O p-valor ≤0,05 indicou evidência em favor da diferença entre grupos. Resultados e discussão: Foram testadas 283 amostras referentes ao período de outubro de 2022 a julho de 2023. Destas, 54 (19,1%) apresentaram resultado detectável para DENV-1, 14 (5,0%) para DENV-2, 146 (51,6%) não detectáveis e 69 (24,4%) correspondem a indivíduos saudáveis doadores de sangue (controles). O período epidêmico de 2023 (de fevereiro a junho) foi caracterizado pela predominância do DENV-1 sobre o DENV-2, em concordância com o que foi observado durante o período não-epidêmico de 2022 (de outubro a dezembro). Os exames de hemograma realizados revelaram trombocitopenia e leucopenia nos pacientes infectados, além de uma redução de 3,6% nos valores de hematócrito, indicando possíveis hemorragias. Estes achados foram consistentes com os achados comuns em pacientes com dengue. Interessantemente, observou-se neutrofilia nos grupos de pacientes investigados e infectados. Essa alteração foi notada principalmente em pacientes infectados que buscaram assistência médica até três dias após o início dos sintomas, e correlaciona-se com valores baixos de cycle threshold (Ct) nos exames de PCR. Sabe-se que os neutrófilos fazem parte da resposta imune inata e atuam na fase inicial das respostas inflamatórias. Nesse contexto, a alteração observada reflete a resposta do sistema imune à presença do vírus. No entanto, acredita-se que, à medida que a doença progride, os pacientes desenvolvem uma diminuição na contagem de neutrófilos (neutropenia). Conclusão: Estes resultados destacam a importância da avaliação hematológica na detecção e monitoramento da dengue, fornecendo informações sobre a resposta imunológica em diferentes estágios da infecção. Apoio Financeiro: FAPESP (2013/08135-2; 2021/11944-6; 2022/16349-1), CNPq (465539/2014-9), FUNDHERP. |
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O Brasil apresenta uma das maiores taxas de infecção por DENV no mundo, sendo o noroeste do Estado de São Paulo considerado área endêmica para essa infecção. Os pacientes com dengue frequentemente apresentam alterações hematológicas que podem auxiliar no diagnóstico e monitoramento da doença, tais como: leucopenia, trombocitopenia e hemoconcentração. Neste estudo, foram comparados os parâmetros hematológicos de pacientes com suspeita de dengue e indivíduos saudáveis doadores de sangue. Material e métodos: Foram convidados a participar do estudo os pacientes que procuraram atendimento médico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município de Ribeirão Preto, examinados quanto à presença de sinais e sintomas de dengue. Em paralelo, doadores de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto foram convidados para compor o grupo controle. Foi realizada coleta de sangue periférico e entrevista para obtenção de dados sócio-epidemiológicos. O hemograma foi realizado em um contador automático de células. O RNA viral foi extraído a partir do plasma para a detecção e distinção dos sorotipos virais DENV1-4 por real time RT-PCR. Os parâmetros do hemograma foram avaliados quanto à diferença entre as médias apresentadas pelos grupos controle, não-detectável e detectável (One-Way ANOVA). O p-valor ≤0,05 indicou evidência em favor da diferença entre grupos. Resultados e discussão: Foram testadas 283 amostras referentes ao período de outubro de 2022 a julho de 2023. Destas, 54 (19,1%) apresentaram resultado detectável para DENV-1, 14 (5,0%) para DENV-2, 146 (51,6%) não detectáveis e 69 (24,4%) correspondem a indivíduos saudáveis doadores de sangue (controles). O período epidêmico de 2023 (de fevereiro a junho) foi caracterizado pela predominância do DENV-1 sobre o DENV-2, em concordância com o que foi observado durante o período não-epidêmico de 2022 (de outubro a dezembro). Os exames de hemograma realizados revelaram trombocitopenia e leucopenia nos pacientes infectados, além de uma redução de 3,6% nos valores de hematócrito, indicando possíveis hemorragias. Estes achados foram consistentes com os achados comuns em pacientes com dengue. Interessantemente, observou-se neutrofilia nos grupos de pacientes investigados e infectados. Essa alteração foi notada principalmente em pacientes infectados que buscaram assistência médica até três dias após o início dos sintomas, e correlaciona-se com valores baixos de cycle threshold (Ct) nos exames de PCR. Sabe-se que os neutrófilos fazem parte da resposta imune inata e atuam na fase inicial das respostas inflamatórias. Nesse contexto, a alteração observada reflete a resposta do sistema imune à presença do vírus. No entanto, acredita-se que, à medida que a doença progride, os pacientes desenvolvem uma diminuição na contagem de neutrófilos (neutropenia). Conclusão: Estes resultados destacam a importância da avaliação hematológica na detecção e monitoramento da dengue, fornecendo informações sobre a resposta imunológica em diferentes estágios da infecção. Apoio Financeiro: FAPESP (2013/08135-2; 2021/11944-6; 2022/16349-1), CNPq (465539/2014-9), FUNDHERP.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004558 |
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