Summary: | O artigo discute o tema da participação feminina no Brasil do século XIX a partir de dois escritos de José de Alencar (1829-1877): Uma tese constitucional: A Princesa Imperial e o Príncipe Consorte no Conselho de Estado (1867) e Sistema representativo (1868). Esses escritos apontam para um olhar tutelar a respeito da participação feminina, mas que pode referir-se a dois sentidos: o da incapacidade política da mulher, pura e simplesmente, ou então, o que parece ser mais curioso, o do reconhecimento da inexistência política dessa categoria como problema a ser pensado. Como será demonstrado, Alencar, na tentativa de resolver o dilema da inclusão das mulheres na composição do corpo político, propôs uma via conceitual caracteristicamente sua, que alia, numa mesma matriz, elementos aparentemente contraditórios, quais sejam: participação e tutela.
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