Corpos em Escrevivência: Uma reflexão sobre o corpo e outras estratégias de resistência

O presente artigo objetiva refletir sobre a questão da leitura e da escrita atravessadas pelo corpo feminino, como estratégia de resistência às mais variadas formas de colonialismo e dominação. Resistências que se fazem e se vivem em uma universidade composta majoritariamente por estudantes autodecl...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins, Sérgio Ricardo Oliveira Martins
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul 2020-09-01
Series:Revista de Estudos Literários da UEMS - REVELL
Subjects:
Online Access:https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4814
Description
Summary:O presente artigo objetiva refletir sobre a questão da leitura e da escrita atravessadas pelo corpo feminino, como estratégia de resistência às mais variadas formas de colonialismo e dominação. Resistências que se fazem e se vivem em uma universidade composta majoritariamente por estudantes autodeclarados negros, mulheres e de famílias de baixa renda. A reflexão se faz sobre a experiência vivida no componente curricular “Seminários especiais VII: Literatura feminina negra, brasileira e africana de língua portuguesa”, em 2019, no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, localizado na cidade de Santo Amaro da Purificação. Como propósito discursivo de base tem-se as epistemologias do sul ou de enfrentamento, pois nelas se pode abrigar um espaço de escuta e de subversão ao sistema hegemônico. Na sala de aula, corpos historicamente excluídos consubstanciaram estratégias de vida e de resistência, que foram expostos em uma instalação artística. O conceito motriz da instalação foi o de “escrevivência” de Conceição Evaristo, com a pergunta norteadora: “Onde moram as mulheres negras que TE habitam?”, adaptada do prefácio escrito por Djamila Ribeiro no livro “O olho mais azul”, de Toni Morrison. A literatura de autoria feminina e negra, compreendida como instrumento de poder discursivo, é a estratégia mais assertiva de decolonização das narrativas que tornam o corpo e a condição feminina invisíveis. Ouvir esses corpos e partilhar essas leituras foi, no mínimo, abraçar mulheres que agora habitam as vozes desse texto.
ISSN:2179-4456