SECA: FENÔMENO DE MUITAS FACES
No artigo, procura-se realçar a dificuldade de se pensar a seca como fenômeno que se manifesta de maneira homogênea. Daí a referência às muitas faces da seca que traduzem percepções e vivências diferenciadas sob o enfoque dos atores sociais, enfatizando-os, simultaneamente, as relações que se estabe...
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Fundação Joaquim Nabuco
2000-01-01
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Series: | Cadernos de Estudos Sociais |
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author | Maria Lia Corrêa de Araújo |
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description | No artigo, procura-se realçar a dificuldade de se pensar a seca como fenômeno que se manifesta de maneira homogênea. Daí a referência às muitas faces da seca que traduzem percepções e vivências diferenciadas sob o enfoque dos atores sociais, enfatizando-os, simultaneamente, as relações que se estabelecem entre as repercussões produzidas a cada evento dessa natureza e as características das transformações acontecidas na agropecuária brasileira nas últimas duas décadas. Ao se focalizar a dimensão natural das secas, não se consegue vislumbrar muito mais do que a histórica repetição de cenas de fome e sede, que redundam em prejuízos socioeconômicos indiscutíveis e contribuem para consolidar a imagem de um Nordeste pobre e carente. No plano do discurso parecem imutáveis os significados e as interpretações relacionadas com a seca, o que parece se contrapor a mudanças relevantes no comportamento dos moradores das áreas afetadas, tais como: presença de uma população politicamente melhor organizada e mais consciente de seus direitos; facilidade de acesso e de difusão de informações; facilidade de acesso aos serviços básicos como fornecimento de energia elétrica, previdência rural, educação; convivência com problemas sociais antes identificados com a vida nas grandes cidades, como prostituição, falta de segurança, consumo e tráfico de drogas etc. Tais condicionantes contribuem para a construção de um novo perfil do flagelado da seca, não mais restrito aos espaços sertanejos e eminentemente rurais. |
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