Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)

Este artigo é resultado de pesquisas acerca das sonoridades ecoantes em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, desenvolvidas no âmbito dos estágios pós-doutorais realizados junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ao Programa de Pós-graduação em...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Virgínia Albuquerque de Castro Buarque, Cesar Maia Buscacio
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Londrina 2022-02-01
Series:Antíteses
Subjects:
Online Access:https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/43619
_version_ 1797995678623858688
author Virgínia Albuquerque de Castro Buarque
Cesar Maia Buscacio
author_facet Virgínia Albuquerque de Castro Buarque
Cesar Maia Buscacio
author_sort Virgínia Albuquerque de Castro Buarque
collection DOAJ
description Este artigo é resultado de pesquisas acerca das sonoridades ecoantes em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, desenvolvidas no âmbito dos estágios pós-doutorais realizados junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ao Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Discorre sobre o tríplice regime de escuta (teológico-católico, racional-ilustrado e romântico) que conferia sentidos à pluralidade sonora ecoante nas terras mineiras entre os séculos XVIII e XIX, ou seja, antes da virada tecnológica que permitiu a gravação e a reprodução de sons em equipamentos de produção industrial. As sonoridades que então reberveravam nessa espacialidade (dos ecossistemas, dos ofícios, das práticas de sociabilidade, de religiosidade, de controle e repressão sócio-política etc.) eram significadas mediante códigos politicoculturais, aqui conceituados como regimes de escuta, com seus específicos critérios de valoração, hierarquização, depreciação e até de silenciamento do audível. Em termos teóricos, a noção de regime de escuta, fundamentada na reflexão foucaultiana, é cotejada neste texto com a concepção musicológica de paisagem sonora. De forma concomitante, é postulado, em interlocução com a reflexão formulada por Michel de Certeau, que os regimes de escuta operantes em Minas colonial e imperial tiveram importante papel na configuração histórica deste território, buscando aproximá-la de um projeto civilizatório continuamente esgarçado não só por tensões e conflitos com alteridades ambientais e socioculturais, mas também por práticas de resistência e subversão dos grupos subalternizados.
first_indexed 2024-04-11T10:05:32Z
format Article
id doaj.art-c3b9a54190054f47a40d8e9a17f30ec1
institution Directory Open Access Journal
issn 1984-3356
language English
last_indexed 2024-04-11T10:05:32Z
publishDate 2022-02-01
publisher Universidade Estadual de Londrina
record_format Article
series Antíteses
spelling doaj.art-c3b9a54190054f47a40d8e9a17f30ec12022-12-22T04:30:16ZengUniversidade Estadual de LondrinaAntíteses1984-33562022-02-01142810.5433/1984-3356.2021v14n28p223Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)Virgínia Albuquerque de Castro Buarque0Cesar Maia Buscacio1Universidade Federal de Ouro PretoUniversidade Federal de Ouro Preto Este artigo é resultado de pesquisas acerca das sonoridades ecoantes em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, desenvolvidas no âmbito dos estágios pós-doutorais realizados junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ao Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Discorre sobre o tríplice regime de escuta (teológico-católico, racional-ilustrado e romântico) que conferia sentidos à pluralidade sonora ecoante nas terras mineiras entre os séculos XVIII e XIX, ou seja, antes da virada tecnológica que permitiu a gravação e a reprodução de sons em equipamentos de produção industrial. As sonoridades que então reberveravam nessa espacialidade (dos ecossistemas, dos ofícios, das práticas de sociabilidade, de religiosidade, de controle e repressão sócio-política etc.) eram significadas mediante códigos politicoculturais, aqui conceituados como regimes de escuta, com seus específicos critérios de valoração, hierarquização, depreciação e até de silenciamento do audível. Em termos teóricos, a noção de regime de escuta, fundamentada na reflexão foucaultiana, é cotejada neste texto com a concepção musicológica de paisagem sonora. De forma concomitante, é postulado, em interlocução com a reflexão formulada por Michel de Certeau, que os regimes de escuta operantes em Minas colonial e imperial tiveram importante papel na configuração histórica deste território, buscando aproximá-la de um projeto civilizatório continuamente esgarçado não só por tensões e conflitos com alteridades ambientais e socioculturais, mas também por práticas de resistência e subversão dos grupos subalternizados. https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/43619sonoridaderegime de escutapaisagem sonoraespaço históricoMinas Gerais
spellingShingle Virgínia Albuquerque de Castro Buarque
Cesar Maia Buscacio
Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
Antíteses
sonoridade
regime de escuta
paisagem sonora
espaço histórico
Minas Gerais
title Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
title_full Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
title_fullStr Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
title_full_unstemmed Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
title_short Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)
title_sort regimes de escuta e espaco historico de minas seculos xviii xix
topic sonoridade
regime de escuta
paisagem sonora
espaço histórico
Minas Gerais
url https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/43619
work_keys_str_mv AT virginiaalbuquerquedecastrobuarque regimesdeescutaeespacohistoricodeminasseculosxviiixix
AT cesarmaiabuscacio regimesdeescutaeespacohistoricodeminasseculosxviiixix