Corpo e educação: desconstruindo imagens para reconstruir pedagogias

Este texto objetiva discutir modos como determinadas imagens e visões dualistas do corpo foram perpetradas na tradição ocidental influenciando formas de compreender a construção de conhecimentos, a pedagogia e as relações professor – aluno, em diferentes processos educacionais. A imagem dualista cor...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Odailso Sinvaldo Berte, Raimundo Martins
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estácio de Sá 2016-07-01
Series:Revista Educação e Cultura Contemporânea
Online Access:http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/1358
Description
Summary:Este texto objetiva discutir modos como determinadas imagens e visões dualistas do corpo foram perpetradas na tradição ocidental influenciando formas de compreender a construção de conhecimentos, a pedagogia e as relações professor – aluno, em diferentes processos educacionais. A imagem dualista corpo x alma, herdada da Grécia antiga e convertida na relação corpo x mente, na idade moderna, delineia a estruturação da cultura ocidental e muitas de suas epistemologias, metodologias e pedagogias. Em proximidade com abordagens da pesquisa qualitativa e em diálogo com os Estudos Culturais, este texto descreve, analisa e interpela imagens dualistas do corpo e os modos como elas podem se entremear em processos de ensino-aprendizado apregoando determinados discursos, conceitos e conhecimentos que acirram dicotomias e oposições entre corpo e mente, conhecimentos escolares e contexto sociocultural. A partir dos questionamentos às imagens e entendimentos dualistas de corpo apresentadas, são propostas outras visões como o neologismo corponectividade (RENGEL, 2007), a compreensão da filosofia na carne (LAKOFF; JOHNSON, 1999) e a teoria corpomídia (KATZ; GREINER, 2005). Com estas abordagens emergem proposições de imagens desestabilizadoras (SANTOS, 1996) capazes de fomentar posturas críticas e criativas na articulação de procedimentos pedagógicos em sintonia com a visão de educação estésica (DUARTE JÚNIOR, 2010) e, portanto, formas de educação que consideram o corpo, o prazer e os afetos como gestores de conhecimento.
ISSN:1807-2194
2238-1279