Summary: | Foram estudados 668 pacientes (1 059 mãos) com síndrome do túnel do carpo (STC) entre janeiro de 1989 e junho de 1996. O critério de seleção e inclusão dos pacientes baseou-se na diferença de latência sensitiva >1,0 ms entre os potenciais de ação sensitivos (PAS) dos nervos mediano e radial após estimulação simultânea no punho e registro no I dedo (diferença mediano-radial, DMR), representando diferença maior que 6 desvios-padrão (DP). DMR foi obtida em 125 mãos normais (grupo controle) com limite superior de normalidade de 0,43 ms (média + 2DP). Todos casos tiveram estudo eletrofisiológico bilateral, sendo excluídos casos com cirurgia prévia ou evidência de neuropatia periférica. A idade variou de 17 a 83 anos com média de 47,5 anos; 91,3% eram do sexo feminino. Valor de DMR > 1,0 ms correlacionou-se em 95% dos casos com latência distal motora do nervo mediano >4,25 ms (80 mm) e com latência distal sensitiva punho - II dedo >3,01 ms (VC <46,4 m/s), punho - III dedo >3,14 ms (VC <44,6 m/s) e punho - IV dedo >3,26 ms (VC <42,9 m/s), todos com 140 mm de distância e latência medida no início do PAS. Os resultados estabelecem critérios anormais para o diagnóstico eletrofisiológico de STC em uma população brasileira para condução motora (latência distal motora do nervo mediano) e sensitiva (latência distal sensitiva do nervo mediano para dedos II, III e IV) após DMR >1,0 ms que indica diagnóstico seguro de STC em praticamente 100% dos casos suspeitos.
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