EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA CAUSANDO INFECÇÕES CUTÂNEAS E MUSCULOESQUELÉTICAS DE INÍCIO COMUNITÁRIO: UM CENÁRIO ALARMANTE DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

Objetivo: O Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA) é comumente associado a casos graves de infecções cutâneas e musculoesqueléticas de início comunitário (Co-SMSI). A análise epidemiológica molecular de CA-MRSA recuperados de amostras de pele e partes moles é...

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Main Authors: Stefânia Bazanelli Prebianchi, Ingrid Nayara Marcelino Santos, Mauro José Costa Salles, Isabelle Caroline Frois Brasil, Lais Sales Seriacopi, Carolina Coelho Cunha, Thomas Stravinskas Durigon, Mariana Felix Cerqueira Balera
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Brazilian Journal of Infectious Diseases
Subjects:
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S141386702300421X
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author Stefânia Bazanelli Prebianchi
Ingrid Nayara Marcelino Santos
Mauro José Costa Salles
Isabelle Caroline Frois Brasil
Lais Sales Seriacopi
Carolina Coelho Cunha
Thomas Stravinskas Durigon
Mariana Felix Cerqueira Balera
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description Objetivo: O Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA) é comumente associado a casos graves de infecções cutâneas e musculoesqueléticas de início comunitário (Co-SMSI). A análise epidemiológica molecular de CA-MRSA recuperados de amostras de pele e partes moles é escassa na América Latina, especialmente no Brasil. Este estudo teve como objetivo identificar características fenotípicas e genotípicas de isolados de MRSA recuperados de pacientes com Co-SMSI. Métodos: Estudo de coorte prospectiva de pacientes com Co-SMSI internados de março de 2022 a junho de 2023 em um hospital universitário brasileiro, com seguimento em até 2 meses após a alta. Os isolados MRSA foram identificados por método automatizado e MALDI-TOF-MS, e submetidos a análise genotípica por PCR do gene mecA e gene lukF e PCR multiplex para a tipagem de Sccmec, testados para resistência antimicrobiana através de difusão em disco, microdiluição em caldo e tiras E-test para avaliação da concentração inibitória mínima (CIM), de acordo com as recomendações do Comitê Brasileiro de Testes de Suscetibilidade Antimicrobiana (BrCAST). Resultados: No total 74 pacientes foram avaliados, em 56 (75,7%) destes, o Staphylococcus aureus foi identificado em amostras de tecidos ou sangue. A biopsia de pele identificou S. aureus em 53,6%. A análise fenotípica caracterizou 28 (50%) isolados em MRSA, sendo o gene mecA identificado em 19 (33,9%) destes isolados. Sccmec tipo II e do tipo IVa foi identificado em 5 isolados e 2 isolados, respectivamente. Sccmec foi não tipável em 12 isolados. O gene LukF foi identificado em 6 isolados. Sensibilidade a sulfametoxazol/trimetoprima foi 94,7%. Todos os isolados foram sensibilidade à linezolida e a vancomicina, sendo 63,2% com MIC = 1 e 36,8% com MIC = 2. A sensibilidade às quinolonas foi preocupantemente baixa, com resistência a ciprofloxacino em 52,6%, enquanto 47,4% apresentaram sensibilidade se exposição aumentada. Levofloxacina 57,9% foram resistentes e 42,1% sensíveis se exposição aumentada. A resistência à gentamicina e tetraciclina foi de 15,8% e 21,1%, respectivamente, e apenas um isolado foi resistente à rifampicina. A taxa de mortalidade 10,5%. Conclusões: Nossos resultados evidenciaram que isolados de MRSA causadores de Co-SMSI demonstram um padrão alarmante de resistência, incluindo antibióticos β-lactâmicos e quinolonas, que normalmente são prescritos como terapia empírica nas infecções cutâneas/musculoesqueléticas.
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