Estatística Q.B.

A estatística é um instrumento de eleição na transformação de informação em conhecimento, pois a informação é sempre limitada, e o objectivo é inferir da amostra para a população que pretende representar. Mas a banalização do uso de software estatístico — que dá sempre respostas, quer as questões co...

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Bibliographic Details
Main Author: Dinis Pestana
Format: Article
Language:English
Published: Ordem dos Médicos 2013-10-01
Series:Acta Médica Portuguesa
Online Access:https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4946
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description A estatística é um instrumento de eleição na transformação de informação em conhecimento, pois a informação é sempre limitada, e o objectivo é inferir da amostra para a população que pretende representar. Mas a banalização do uso de software estatístico — que dá sempre respostas, quer as questões colocadas sejam ou não adequadas — e o abuso da estatística para conferir um lustro científico ao que muitas vezes é treta, tem contribuído para uma desconfiança justificada sobre a investigação científica. Decerto Lord Rutherford, se fosse vivo, já não recomendaria que não se usasse estatística. Mas recomendaria que apenas se use “estatística q.b.”, pois se com poucos dados eventualmente não se pode estabelecer nada, com demasiados dados pode concluir-se significância de tudo, seja ou não efectivamente relevante. A medicina baseada na evidência corre por isso o risco de, ao meta analisar cada vez mais dados, acabar por ‘provar’ resultados desprovidos de real sentido.
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