Estatística Q.B.
A estatística é um instrumento de eleição na transformação de informação em conhecimento, pois a informação é sempre limitada, e o objectivo é inferir da amostra para a população que pretende representar. Mas a banalização do uso de software estatístico — que dá sempre respostas, quer as questões co...
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Published: |
Ordem dos Médicos
2013-10-01
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Series: | Acta Médica Portuguesa |
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description | A estatística é um instrumento de eleição na transformação de informação em conhecimento, pois a informação é sempre limitada, e o objectivo é inferir da amostra para a população que pretende representar. Mas a banalização do uso de software estatístico — que dá sempre respostas, quer as questões colocadas sejam ou não adequadas — e o abuso da estatística para conferir um lustro científico ao que muitas vezes é treta, tem contribuído para uma desconfiança justificada sobre a investigação científica. Decerto Lord Rutherford, se fosse vivo, já não recomendaria que não se usasse estatística. Mas recomendaria que apenas se use “estatística q.b.”, pois se
com poucos dados eventualmente não se pode estabelecer nada, com demasiados dados pode concluir-se significância de tudo, seja ou não efectivamente relevante. A medicina baseada na evidência corre por isso o risco de, ao meta analisar cada vez mais dados, acabar por ‘provar’ resultados desprovidos de real sentido. |
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spelling | doaj.art-c4e34b2707bd46d19bd0cde88738b32c2022-12-22T02:32:29ZengOrdem dos MédicosActa Médica Portuguesa0870-399X1646-07582013-10-0126510.20344/amp.4946Estatística Q.B.Dinis Pestana0Departamento de Estatística e Investigação Operacional. Centro de Estatística e Aplicações. Faculdade de Ciências. Universidade de Lisboa (CEAUL). Lisboa. Portugal. Centro de Filosofia das Ciências. Universidade de Lisboa (CFCUL). Lisboa. Portugal. Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabral. Lisboa. Portugal.A estatística é um instrumento de eleição na transformação de informação em conhecimento, pois a informação é sempre limitada, e o objectivo é inferir da amostra para a população que pretende representar. Mas a banalização do uso de software estatístico — que dá sempre respostas, quer as questões colocadas sejam ou não adequadas — e o abuso da estatística para conferir um lustro científico ao que muitas vezes é treta, tem contribuído para uma desconfiança justificada sobre a investigação científica. Decerto Lord Rutherford, se fosse vivo, já não recomendaria que não se usasse estatística. Mas recomendaria que apenas se use “estatística q.b.”, pois se com poucos dados eventualmente não se pode estabelecer nada, com demasiados dados pode concluir-se significância de tudo, seja ou não efectivamente relevante. A medicina baseada na evidência corre por isso o risco de, ao meta analisar cada vez mais dados, acabar por ‘provar’ resultados desprovidos de real sentido.https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4946 |
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