Restrições benéficas: benéficas para quem? Beneficial constraints: beneficial for whom?
Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de Sâo Paulo
2004-11-01
|
Series: | Tempo Social |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702004000200003 |
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author | Erik Olin Wright |
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description | Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica.<br>Wolfgang Streeck convincingly argues, in an influential paperpublished in 1997, that economic performance in market societiesis enhanced when the rational, voluntaristic choices of actorsare constrained by a variety of normative and institutionalconstraints. This paper offers three modifications of this centralDurkheimian thesis: (1) the meaning of "good performance" ofan economic system differs among class actors in a market economy;(2) the level of institutional constraint that is optimal for"good economic performance" in the interests of capitalistsis generally lower than the level of constraints that is optimalfor workers; and (3) institutional constraints on voluntaryrational choice - even those optimal for capitalists - alsomay have dynamic effects on the balance of power among socialforces which could lead capitalists to prefer suboptimal constraintsfrom the point of view of "economic performance". |
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