CARACTERIZAÇÃO DE CÉLULAS MESENQUIMAIS CULTIVADAS NA PRESENÇA DE UMA MOLÉCULA MODULADORA DA EXPRESSÃO DE CICLO-OXIGENASE 2

As Células Estromais Mesenquimais (MSC) são utilizadas em aplicações terapêuticas devido ao seu potencial regenerativo e imunomodulatório. No contexto da imunomodulação, a atividade parácrina das MSC envolve a liberação de fatores solúveis que gerenciam a proliferação e a citotoxicidade das células...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: JPC Rosario, PNM Costa, JM Maçonetto, DGLL Roque, LBMO Chagas, DT Covas, S Kashima
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923011549
Description
Summary:As Células Estromais Mesenquimais (MSC) são utilizadas em aplicações terapêuticas devido ao seu potencial regenerativo e imunomodulatório. No contexto da imunomodulação, a atividade parácrina das MSC envolve a liberação de fatores solúveis que gerenciam a proliferação e a citotoxicidade das células imunológicas. Dentre esses fatores destaca-se a prostaglandina E2, a qual é sintetizada pelas MSC por meio da enzima Ciclo-Oxigenase-2 (COX-2), em resposta ao estímulo do fator de necrose Tumoral Alfa (TNF-α). A indirubina é um composto natural com propriedades anti-inflamatórias, encontrada em algumas plantas e bactérias. Ensaios de triagem em larga escala demonstraram que a molécula indirubina atua no eixo TNF-α ‒ COX-2 modulando-o positivamente. Diante disso, nosso objetivo foi analisar os efeitos desta molécula sobre as características fenotípicas e imunomodulatórias das MSC do Cordão Umbilical (UC-MSC). Para tanto, amostras de UC-MSC (n = 3) foram submetidas a um priming de 72 horas sob três tratamentos: i) Condição controle; ii) DMSO 0,25%; e iii) Indirubina a 50 μM. Para as análises de caracterização, as células foram testadas quanto a morfologia, perfil imunofenotípico e viabilidade celular. Em seguida, avaliou-se a modulação de COX-2 através da expressão gênica (qPCR) e proteica (Western blot). Posteriormente, amostras com modulação positiva de COX-2 foram selecionadas para um ensaio de proliferação e de imunomodulação. Os resultados obtidos indicaram que o priming não promoveu alterações nos critérios de caracterização das células, e a viabilidade celular não apresentou viés significativo. Houve um aumento observado na modulação gênica e proteica da COX-2 nas amostras “UC-MSC 01” e “UC-MSC 03”. Entretanto, essas amostras não demonstraram diferenças significativas no ensaio de proliferação. No ensaio de imunomodulação, as UC-MSC 01 e 03 foram co-cultivadas com PBMC previamente estimulados com mitógeno fitohemaglutinina. Os dados indicaram que essas amostras são imunomoduladoras funcionais, uma vez que a proliferação dos PBMC foi contida nos três tratamentos (controle, DMSO e indirubina). Comparando os tratamentos, observou-se que DMSO e indirubina apresentaram resultados similares, ambos contendo cerca de duas vezes mais o crescimento da população de PBMC em relação ao tratamento controle. Nossos dados indicaram que o priming com indirubina não altera a morfologia, perfil imunofenotípico, viabilidade e proliferação das células. Ademais, a expressão gênica e proteica de COX-2 variou entre as amostras de UC-MSC, indicando a influência de fatores intrínsecos ao doador de MSC no metabolismo da molécula. Em síntese, a molécula indirubina pode ser considerada um potencial amplificador das propriedades imunomodulatórias das MSC. Contudo, o ensaio de imunomodulação aponta que ainda é necessário elucidar este mecanismo. Acreditamos que a análise de subpopulações de PBMC podem esclarecer as vias de atuação do composto sobre a potencialização das UC-MSC e assim promover avanços terapêuticos. Apoio financeiro: FUNDHERP, CTC/FAPESP (2013/08135-2), INCTC/CNPq (465539/2014-9), CAPES (88887.899641/2023-00).
ISSN:2531-1379